Josias: Bolsonaro trata igrejas evangélicas como um novo PMDB

No intuito de fundar um novo partido, o Aliança pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro recorreu ao apoio de líderes evangélicos, que prometeram mobilizar fiéis em todo país para recolher as 491 mil assinaturas necessárias para viabilizar a criação da nova sigla.

No 25º episódio do Baixo Clero, podcast de política do UOL, o jornalista Josias de Souza afirmou que o presidente vê hoje nos evangélicos uma de suas principais bases de sustentação.

"Ele trata as igrejas evangélicas como uma espécie de novo PMDB. Assim como os grandes partidos que hoje já não são tão grandes assim, as igrejas também tem uma grande capilaridade em nível nacional. Então a agenda de costumes de Bolsonaro transforma boa parte dos evangélicos em devotos dele, do projeto político dele. Ele se aproveita disso para corrigir uma debilidade que ele tem, a falta de aliança com partidos, compensa isso com as igrejas", disse.

Ainda segundo o blogueiro, é difícil compreender plenamente as razões de Bolsonaro para ter deixado o PSL, já que o partido teria acesso a um fundo eleitoral substancial já para as eleições municipais de 2020. "Difícil entender as razões que levaram o presidente a fazer esse movimento. O filho controlava o diretório no Rio de Janeiro. Outro filho controlava em São Paulo. A impressão é que ele tenta eternizar aquele personagem antissistema de 2018, da campanha", avaliou.

O PSL também não deve facilitar o caminho escolhido por Bolsonaro. A sigla pretende expulsar e pedir o mandato dos parlamentares que apoiarem a criação do novo partido.

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