Bancada do PT espera Lula ver o papa para discutir atuação no Congresso
Resumo da notícia
- Ex-presidente deve viajar para o Vaticano na próxima semana
- Bancada petista espera se reunir com Lula após o Carnaval
- Foco do partido é desidratar pautas econômicas do governo
A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para encontrar o papa Francisco, no Vaticano, adiou um depoimento à Justiça e o encontro com a bancada petista, em Brasília. Parlamentares esperavam receber, na segunda-feira (10), orientações de Lula para atuar no Congresso em relação às pautas do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
A coordenação do partido se organiza para que a reunião aconteça depois do Carnaval, no máximo no começo de março. A agenda na capital federal será aproveitada para reuniões com lideranças da esquerda e centro.
O PT é o principal partido da oposição e tem a maior bancada da Câmara (53 deputados) e quinta do Senado (6 senadores). Um dos focos da atuação deste ano é desidratar pautas econômicas do ministro Paulo Guedes (Economia) e incluir questões sociais em temas como reforma tributária.
A ida do presidente para Brasília acontece em meio às articulações do governador Flávio Dino (PCdoB-MA), que se movimenta em campos da esquerda e do centro para pavimentar uma possível candidatura à Presidência, em 2022.
"A bancada está alinhada, mas o nosso líder maior pode ajudar a amarrar os sentimentos de todos, para caminharmos focados numa mesma direção e enfrentar as pautas do governo Bolsonaro", disse ao UOL o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PT-PR).
Desde que saiu da prisão, em novembro do ano passado, o ex-presidente mantém conversas pontuais com lideranças e parlamentares da bancada, em São Paulo e pelas capitais que tem visitado. A reunião em Brasília será o primeiro encontro do petista com a bancada do Congresso.
"Tanto Lula quanto [o presidente da Câmara] Rodrigo Maia [DEM-RJ] são duas lideranças do diálogo, acredito que poderiam conversam. E o que Maia fez durante ano passado foi um gesto muito nobre, esse tipo de atuação a gente não pode esquecer", disse Verri, em referência a uma reunião articulada por Maia junto ao presidente do STF, Dias Toffoli, durante a análise da transferência da prisão de Lula de Curitiba para uma unidade prisional no estado de São Paulo.
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