Deputados do Psol protocolam pedido de impeachment contra Bolsonaro
Carolina Marins
Do UOL, em São Paulo
18/03/2020 22h21Atualizada em 19/03/2020 10h39
Os deputados federais do PSOL Fernanda Melchionna, Sâmia Bomfim e David Miranda protocolaram hoje um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O partido dos parlamentares, porém, é contra a medida.
O documento, enviado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diz que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao enviar mensagem a seus apoiadores "convocando" para as manifestações do último dia 15 de março e por ter participado dos atos apesar da orientação para evitar aglomerações durante a pandemia do coronavírus.
"Indo na absoluta contramão da ciência, da Constituição, da lei e dos fatos, o Presidente Jair Bolsonaro não apenas usou as suas redes para celebrar os atos do último domingo, 15 de março, compartilhando inúmeros vídeos e fotos das manifestações em distintas cidades ao redor de todo o País, como, em um ato absolutamente irresponsável, cumprimentou pessoalmente e sem nenhuma proteção dezenas de pessoas que se aglomeraram às portas do Palácio do Planalto, apertando mãos e segurando celulares de apoiadores", diz o documento.
Em nota, a Executiva Nacional do PSOL diz ter sido "surpreendida" com a ação. "O partido está, nas suas instâncias e bancada, debatendo a melhor tática para enfrentar a irresponsabilidade do governo Bolsonaro. Por essa razão, a iniciativa causa indignação porque atropela o debate interno do PSOL e do conjunto da oposição."
"Irresponsável"
Em seu site, a deputada de São Paulo Sâmia Bomfim acusa o presidente de ser irresponsável ao lidar com a situação do coronavírus no Brasil.
"Enquanto os maiores países do mundo empreendem esforços conjuntos sem precedentes para conter a crise do coronavírus, o presidente brasileiro trata a pandemia desde o primeiro dia como uma 'histeria' da imprensa. Enquanto isso, o número de infectados no Brasil não para de crescer, inclusive com o registro das primeiras mortes", diz.
"Mesmo tendo diversos membros de seu governo infectados, o presidente cometeu o gesto temerário e irresponsável de se juntar aos seus apoiadores, assumindo o risco de infectá-los", afirma.