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OPINIÃO

Diogo Schelp: "Existe quase uma unanimidade entre os governadores"

Do UOL, em São Paulo

28/03/2020 04h00

As medidas adotadas no combate à pandemia do novo coronavírus colocaram em lados opostos o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os governadores dos estados. Houve até momentos acima do tom entre Bolsonaro e João Doria (PSDB-SP) durante reunião com os governadores do Sudeste, quando o presidente acusou o agora oponente de estar pensando nas eleições presidenciais de 2022.

No podcast Baixo Clero #29, os jornalistas Diogo Schelp e Maria Carolina Trevisan avaliam até que ponto os governadores estão pensando em eleições presidenciais no caso da discordância com o presidente, já que até Ronaldo Caiado (DEM-GO), um de seus principais apoiadores até então, contrariou o discurso de Bolsonaro.

"Eu acho que político é político, eles agem sempre pensando no capital político deles, no que aquilo significa, mas eu vejo sinceridade nessa preocupação. É bastante surpreendente, porque existe quase uma unanimidade entre os governadores, que são de vários partidos diferentes, muitas vezes antagônicos, adotando posturas muito parecidas", afirma Schelp (no vídeo acima a partir de 25:47).

"E eles estão adotando posturas que estão em consonância com o que pensa a população. Porque até as pesquisas indicam que a população está, de fato, preocupada e quer mesmo que o poder público tome a frente para assumir as posições que precisam ser assumidas. Então dá para incluir aí o Major Olímpio na história, o Major Olímpio (PSL-SP) falou que ser aliado não é ser alienado. Isso se referindo ao pronunciamento do presidente", completa citando fala do senador.

Maria Carolina Trevisan acredita que o embate de 2022 ainda está muito longe para que os governadores estejam tomando ações pensando apenas no pleito e vê como positiva a tomada de liderança por eles no momento.

"Eu acho importantíssimo que os governadores tenham tomado a liderança, porque estava sem liderança. Eu não acho que isso seja aproveitar para as eleições de 2022, porque falta muito tempo, muita coisa vai acontecer ainda, mas acho que é uma questão de responsabilidade com os próprios estados que eles tenham se colocado dessa maneira e se pronunciado de maneira muito contundente", afirma a jornalista (disponível no vídeo a partir de 24:40).

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