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Freixo: "Novo ministro não pode transformar PF em polícia do presidente"

Do UOL, em São Paulo

27/04/2020 17h30

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) criticou as possíveis indicações de Jorge Oliveira como novo ministro da Justiça e Alexandre Ramagem para ocupar a direção-geral da Polícia Federal. Em entrevista ao UOL, o parlamentar disse hoje que vai esperar as nomeações serem um ato oficial para entrar com ação na Justiça pedindo a anulação da troca de comando na PF.

"O senhor Jorge Oliveira pode ser uma pessoa muito boa, mas para o cargo de ministro da Justiça, pode ter divergência, convergência, mas há um rito para esse cargo. Ele foi assessor parlamentar do Jair Bolsonaro, chefe de gabinete e padrinho do Eduardo e tem a carteira da OAB há apenas seis anos", disse o deputado.

Freixo disse que a indicação não pode atender a interesses pessoais do presidente. "Eu imagino que para o cargo é preciso que se tenha algo a mais do que boas relações pessoais com o presidente da República. Ele não pode transformar a Polícia Federal numa polícia do presidente. Ele não pode submeter uma polícia de estado a uma polícia de governo e de interesses privados. Ele não pode transformar o Ministério da Justiça em um ministério de interesses políticos, partidários e pessoais", afirmou.

O deputado do PSOL ainda criticou a participação de Bolsonaro nos atos que pediam intervenção militar e um novo AI-5 recentemente. "É ato criminoso, o presidente participou desse ato, tem uma investigação para saber quem financiou. A não ser na cabeça de um autoritário as coisas se confundem, mas ninguém é dono de uma democracia", disse Freixo.