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Damares diz que presidente exigiu ação mais efetiva de Moro sobre violações

Ministra dos Direitos Humanos disse que cobrança sobre violências contra mulheres e idosos em reunião agravou a situação - LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Ministra dos Direitos Humanos disse que cobrança sobre violências contra mulheres e idosos em reunião agravou a situação Imagem: LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

28/04/2020 11h35Atualizada em 28/04/2020 12h09

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou, em entrevista à rádio Bandeirantes, que o presidente Jair Bolsonaro cobrou em reunião ações mais efetivas do Ministério da Justiça para combater o aumento de casos de violações de direitos humanos durante a pandemia de coronavírus.

"Não quero entrar nessa polêmica, mas na nossa reunião que antecedeu a demissão, foi cobrado do [ex] ministro Moro. O presidente sabia que estava com mais de 5.000 denúncias. Nessa reunião, o presidente estava exigindo uma posição do ministério da Justiça. E que fique aqui: isso foi algo que agravou muito a questão."

A ministra se referia a casos de violência doméstica contra mulheres e crianças, mas também aos casos de idosos. "O presidente queria uma reação do ministério, e ele não vinha. Ele estava esperando muito isso", complementou.

Damares também contou que já firmou parceria com o novo ministro da Justiça, André Mendonça, para trabalhar nessas investigações.

Acordo de cooperação

A ministra anunciou que a sua pasta, junto com o Ministério Público Federal, assinaram um acordo para realizar investigações imediatas sobre violências contra os direitos humanos e fundamentais das pessoas durante a pandemia.

"A pandemia acaba, mas atitudes serão tomadas. Passando a pandemia, as penas serão aplicadas. Não importa se é prefeito, poderoso, nós vamos buscar a aplicação", contou. "Em nome de combate a pandemia trabalhadores sendo algemados, pessoas de bem. Em Santa Catarina, cinco pessoas numa casa orando, presas. O que está acontecendo? No disque 100 mais de mil denúncias de violência de direitos humanos em nome da pandemia."

Também foi anunciado que o disque-denúncia (180) está recebendo denúncias de violência doméstica em Libras (Linguagem brasileira de sinais) por meio do aplicativo "Direitos Humanos Brasil", que também recebe denúncias do disque 100.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.