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Meirelles vê possibilidade de lockdown em SP em caso de colapso na saúde

"Lockdown deve ser adotado (...) quando o isolamento não está sendo respeitado", diz secretário - Marcelo Ferraz/UOL
'Lockdown deve ser adotado (...) quando o isolamento não está sendo respeitado', diz secretário Imagem: Marcelo Ferraz/UOL

Do UOL, em São Paulo

11/05/2020 14h33

O secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, não vê neste momento a possibilidade de um lockdown no estado como resposta à pandemia do novo coronavírus. No entanto, em entrevista hoje à CNN Brasil, deixou claro que a possibilidade não está descartada.

"O lockdown teria um impacto maior na economia, mas também teria um impacto grande sobre a qualidade de serviços, sobre disponibilidade de bens. Seria uma coisa mais complicada a compra de alimentos, remédios, o atendimento médico profissional. Evidentemente que isso é previsto — ele tem que se justificar, etc., e dependendo das circunstâncias, ele terá condições de se deslocar e chegar. Portanto, o lockdown deve ser adotado em situações de absoluto colapso do sistema de saúde e quando o isolamento não está sendo respeitado", explicou Meirelles.

De acordo com informações divulgadas hoje pelo governo do estado, o índice de isolamento em São Paulo é de 53%. Autoridades de saúde calculam que o número nas cidades paulistas precisa chegar a 70% para evitar um colapso na saúde.

Uma das principais críticas feitas ao isolamento diz respeito ao impacto na economia. No entanto, Henrique Meirelles assegurou que o impacto até aqui é pequeno e dentro do esperado.

"Mais de 70% da economia como um todo, do número de empresas e, em última análise, do produto de São Paulo, são produzidos por empresas que não foram afetadas pela quarentena. E mesmo naquele percentual de empresas que foi afetada pela quarentena, é importante dizer: estudos mais profundos indicam que, mesmo sem a quarentena, essas empresas sofreriam queda de atividade de qualquer maneira", alegou Meirelles.

"Existem diversos setores, entre os mais atingidos, com perdas de produtos; aqueles que mais perderam produção, muitos deles não têm nenhum tipo de relação com quarentena. Portanto, isso mostra que, na realidade, a queda da economia é resultado da pandemia, e não das medidas para combater a pandemia", acrescentou.