Bolsonaro não responde pergunta sobre MP e se irrita com menção a Mandetta
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se irritou e encerrou a entrevista coletiva que deu nesta manhã na portaria do Palácio da Alvorada quando houve uma menção ao nome do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que estava ao seu lado, foram questionados sobre uma declaração de Mandetta em entrevista à coluna de Jamil Chade, no UOL, em que defendeu que o governo se concentre em lutar contra o vírus, e não comprar uma briga com a China.
"A impressão que eu tenho é que, num local cheio de pólvora, o Itamaraty entra fumando", disse o ex-chefe da Saúde.
Irritado com o questionamento, Bolsonaro respondeu: "Esquece o Mandetta", antes de se encerrar a entrevista.
O ex-ministro foi demitido pelo presidente no dia 16 de abril. A principal discordância dos dois era sobre o isolamento social, defendido por Mandetta e criticado por Bolsonaro. Os dois chegaram a trocar farpas públicas diversas vezes.
Mandetta foi substituído por Nelson Teich, que ontem também foi desautorizado publicamente por Bolsonaro depois de dizer que a cloroquina tem efeitos colaterais e seu uso no combate à covid-19 deve ser feito com restrições. O presidente é um dos principais defensores da substância e disse que seus ministros devem estar aliados a ele.
MP sobre responsabilização de agentes no combate à covid-19
O presidente também foi questionado a respeito da MP que editou e que dispõe sobre a responsabilização de agentes públicos por ação e omissão em atos relacionados com a pandemia do novo coronavírus. O texto foi publicado no Diário Oficial da União de hoje.
"Vou ver isso quando chegar lá agora", disse. Quando os jornalistas lhe informaram que o texto já havia sido publicado, o presidente desconversou: "Mais alguma pergunta aí, pessoal?"
Mortes na Argentina por coronavírus
O presidente também falou sobre o número de mortes pelo novo coronavírus registrados no Brasil e na Argentina. O país vizinho registra 329 óbitos, enquanto o Brasil já tem 13.149.
Questionado sobre o que explicaria essa diferença, Bolsonaro respondeu: "É só você fazer a conta por milhão de habitantes. Vamos falar da Suécia? A Suécia não fechou", respondeu o presidente.
"Com toda certeza já entrou pra ideologia. Você pegou um país que está caminhando para o socialismo", continuou. A Argentina é comandada por Alberto Fernández, um peronista de centro-esquerda com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice.
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