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Major Olímpio: aproximação de Bolsonaro com o Centrão é constrangedora

5.ago.2018 - Major Olímpio (e) e Jair Bolsonaro, candidatos ao Senado e à Presidência, participam da convenção do PSL-SP em São Paulo - Zanone Fraissat/Folhapress
5.ago.2018 - Major Olímpio (e) e Jair Bolsonaro, candidatos ao Senado e à Presidência, participam da convenção do PSL-SP em São Paulo Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

01/06/2020 18h06

O senador Major Olímpio (PSL-SP) vê como 'constrangedora' a aproximação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com partidos do Centrão em troca de apoio político. Para ele, as ações recentes do governo são contrárias ao que foi prometido durante as eleições.

"Para mim é constrangedor, eu lamento demais. A gente saiu falando para o povo brasileiro que ia tirar a esquerda e o PT, tirar a corrupção e dar segurança pública. A questão de combate à corrupção não bate com essa história de loteamento de cargo", disse o major em entrevista para a "CNN Brasil".

"Eu respeito todos os partidos, mas o meu lado pessoal é de desilusão. Eu saí junto com o presidente Bolsonaro e eu afirmo que só me elegi porque estava com ele, mas tínhamos dito que não queríamos 'toma lá da cá', não iríamos fazer essa coisa que acabou gerando o Mensalão. Já sabemos o resultado do que vai acontecer lá na frente", completou.

Hoje, Bolsonaro aprovou mais uma indicação ao bloco de partidos que trocam cargos por apoio no Congresso, dentro do governo. Marcelo Lopes da Ponte, que era chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI), será o novo presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Nogueira já foi alvo de ao menos duas operações da PF (Polícia Federal), é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) desde 2019 sob acusação de organização criminosa e foi denunciado em fevereiro deste ano por supostos de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O senador nega todas as acusações.

Alinhado à ala ideológica do governo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho "zero três" do presidente, justificou as negociações de cargos na administração federal a partidos do Centrão pela necessidade de "diálogo". Segundo ele, há muitos postos ainda ocupados por pessoas indicadas na gestão de Dilma Rousseff (PT) e, por isso, precisam ser trocadas.

Sob pressão de aliados e após sofrer sucessivas derrotas políticas no ano passado, Bolsonaro passou nos últimos meses a distribuir cargos aos partidos do Centrão em troca de apoio no Congresso, ressuscitando a velha prática do "toma lá, dá cá". O principal objetivo é barrar o avanço de um eventual pedido de impeachment na Câmara.

Bolsonaro também vai entregar o comando do Banco do Nordeste (BNB) para um nome indicado pelo PL, sigla liderada pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão. No lugar do atual presidente do banco, Romildo Rolim, assumirá Alexandre Borges Cabral, que já foi presidente da Casa da Moeda entre julho de 2016 e junho de 2019 por indicação de outra legenda do bloco, o PTB.