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Deputado que mais recebeu de Bolsonaro em emendas diz que foi 'sorte'

Josimar Maranhãozinho PR-MA deputado federal  - Divulgação/Facebook
Josimar Maranhãozinho PR-MA deputado federal Imagem: Divulgação/Facebook

Do UOL, em São Paulo

02/06/2020 12h52

O presidente Jair Bolsonaro bateu recorde de liberação de emendas parlamentares durante a pandemia, um reflexo de sua inclinação a agradar aos partidos do chamado centrão durante a crise política que o país vive. De acordo com o Estado de S. Paulo, em abril foram R$ 6,2 bilhões empenhados (quando a gestão se compromete com a despesa). Este é o maior valor para um único mês desde 2016, e o mais foi beneficiado, com R$ 15,9 milhões, foi Josimar Maranhãozinho (PL-MA), homem da confiança de Valdemar Costa Neto.

Maranhãozinho afirmou que seu nome liderar a lista foi uma "questão de sorte", por sua agenda ter sido focada na saúde, que ganhou prioridade durante a pandemia do coronavírus.

"Isso foi uma questão de sorte, porque eu aloquei as minhas emendas individuais todas na saúde. E, como teve a pandemia, o governo priorizou essa área", disse o deputado, ao site O Antagonista.

"O governo federal não contemplou o deputado Josimar, contemplou o deputado Josimar porque estava tudo [as indicação das emendas do deputado] na saúde", acrescentou.

Josimar diz que não tem proximidade com o Planalto e salientou que está de licença e só retoma as atividades do Congresso no próximo dia 13.

"Não. Eu estou até de licença, meu amigo. Minha licença termina dia 13. Eu não estou nem sequer atuando, estou de licença. Quem estava cuidando, acompanhando minhas emendas era o suplente, que ficou no meu gabinete", concluiu.

Josimar atua como presidente do PL, partido de Valdemar Costa Neto, no Maranhão.

Entenda o valor pago

O montante efetivamente pago em emendas foi o maior para um único mês ao longo dos últimos anos, R$ 4 bilhões. As emendas são indicações feitas por deputados e senadores de como o governo deve gastar o dinheiro do Orçamento.

Os parlamentares costumam direcionar as verbas para seus redutos eleitorais e, com isso, ganham a paternidade de obras e ações que beneficiam diretamente seus eleitores, o que acaba contribuindo com suas reeleições. O dinheiro vai para construções de praças, pontes, hospitais, compra de equipamentos hospitalares, distribuição de cestas básicas, entre outras ações.

Os dados são do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e foram compilados a pedido do Estadão pela ONG Contas Abertas.

O levantamento considera todos os tipos de emendas: individuais, de bancada, de comissões e do relator. "É recorde absoluto, de empenho e de pagamentos. Até então, o maior empenho tinha ocorrido no final do ano passado. Em dezembro, foram R$ 3,9 bilhões", afirmou o secretário-geral da ONG Contas Abertas, o economista Gil Castello Branco.