Procurador vê indícios de lavagem de dinheiro em bens de Flávio, diz jornal
Resumo da notícia
- Uma investigação preliminar apontou fortes indícios de lavagem de dinheiro envolvendo o senador Flávio Bolsonaro
- A investigação partiu do Ministério Público Federal e é comandada pelo procurador da República Sérgio Pinel
- 'Típico modus operandi de quem pretende ocultar a proveniência ilícita dos recursos', disse o procurador
- Pinel manifestou sua posição ao MPF e pediu que o caso fosse transferido para o Ministério Público do Rio (MP-RJ)
- Duas negociações de imóveis foram apontadas pelo procurador como indícios de uma possível corrupção
- Em ambas as negociações, houve uma supervalorização de mais de 200% no preço da venda em relação ao da compra
Uma investigação preliminar apontou fortes indícios de lavagem de dinheiro envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de acordo com o entendimento do procurador da República Sérgio Pinel. As informações são do jornal O Globo.
A investigação apura se o senador cometeu lavagem de dinheiro a partir de transações imobiliárias e foi aberta a partir de uma representação apresentada por um cidadão ao Ministério Público Federal (MPF).
"As circunstâncias em que as compras [imóveis] foram feitas sugerem que os registros do valor de compra foram subavaliados, com parte do valor sendo pago por fora", disse Pinel. "Em típico modus operandi de quem pretende ocultar a proveniência ilícita dos recursos e os converter em ativos lícitos com uma valorização irreal dos bens comprados", continuou.
Depois de analisar documentos sobre os bens de Flávio, Pinel manifestou sua posição ao MPF e pediu que o caso fosse transferido para o Ministério Público do Rio (MP-RJ) por entender que os supostos ilícitos encontrados não se configuram em crimes federais.
Pinel citou na petição a compra e venda de dois apartamentos em Copacabana. Um deles foi comprado por Flávio e a mulher, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, em novembro de 2012. O valor da compra foi de R$ 170 mil e, um ano depois, o mesmo imóvel foi vendido por R$ 573 mil. "Uma impressionante valorização de mais de 200% em curto período", ressaltou o procurador.
Outro imóvel, também comprado em novembro de 2012, custou R$ 140 mil ao casal e foi vendido por R$ 550 mil.
Ambas as negociações tiveram Glenn Howard Dillard como representante. Ainda segundo O Globo, Flávio pagou Dillard com quatro cheques. No mesmo dia e na mesma agência em que descontou os cheques, o MP descobriu que Dillard recebeu depósitos em espécie no valor de R$ 638,4 mil.
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