Bolsonaro presta homenagem a vítimas de coronavírus com Ave Maria e sanfona
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) iniciou a transmissão de live, realizada por meio das redes sociais na noite de hoje, prestando homenagem às mais de 55 mil vítimas do novo coronavírus no Brasil. Bolsonaro pediu para que Gilson Machado Neto, presidente da Embratur e sanfoneiro, tocasse a Ave Maria.
"Queria aproveitar o Gilson aqui. Sei que muitos programas de rádio pelo Brasil, às 18 h, tocam a Ave Maria. Queria então prestar uma homenagem aos que se foram, vítimas do coronavírus, e pedir para o Gilson tocar a Ave Maria", disse ele.
As secretarias estaduais de saúde somaram nas últimas 24 horas mais 1.180 novos registros de mortes por coronavírus, aponta o levantamento realizado pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Do total de 55.054 óbitos ocorridos no país desde o início da pandemia, cerca de 25% foram registrados no estado de São Paulo: 13.759.
Durante a transmissão, nenhum dos participantes —seja Bolsonaro ou o ministro da Economia, Paulo Guedes— usava máscara de proteção facial e sentavam a menos de um metro de distância um do outro, contrariando, assim, orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde).
O país é o segundo do mundo com maior número de casos e mortes devido ao vírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que possuem cerca de 2,3 milhões de infecções confirmadas e 121 mil óbitos. A pandemia, porém, vem apresentando maior aceleração no Brasil do que nos EUA, uma vez que o Brasil tem registrado mais casos do que os EUA.
Ao menos 673 mil pessoas são consideradas recuperadas pelo Ministério da Saúde, enquanto 499 mil estão sob acompanhamento.
Denunciado por genocídio
Bolsonaro é alvo de denúncias por genocídio e crimes contra a humanidade, dentro e fora do Brasil. Em uma delas, por exemplo, deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara listam 22 pronunciamentos e atos de Bolsonaro sobre o vírus, chamando-os de "gripezinha", minimizando seus impactos e atacando governadores e a imprensa.
"Entre o Brasil e um país pobre africano: a expectativa é maior aqui ou maior do Zimbábue? É maior aqui. Por quê? Porque tem uma renda maior. Então, se a nossa renda vai cair, a morte chega mais cedo. É isso que eu sempre busquei ao conhecimento público. Não poderia fugir da verdade. Eu estou sendo acusado, dentro e fora do Brasil, de genocídio por ter defendido uma tese diferente da OMS", disse ele, na ocasião.
Em meio à pandemia, o governo federal perdeu dois ministros da Saúde em 29 dias: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich deixaram o Ministério da Saúde neste intervalo de tempo, após desgastes com o presidente e divergências em relação ao combate à covid-19.
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