Salles sobre eventual demissão: 'O ministério não é meu, é do Bolsonaro'
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, comentou sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter sido aconselhado a fazer mudanças no seu ministério e no das Relações Exteriores, substituindo Salles e Ernesto Araújo. O ministro disse que Bolsonaro tem todos os méritos para escolher os componentes do seu governo.
"O ministério não é meu, é do presidente Bolsonaro. Por acaso se ele quiser trocar o ministério, ele tem todo o direito de fazer isso, seja no Meio Ambiente ou em qualquer outro. Ele que foi eleito", explicou o ministro à Rádio Jovem Pan.
Salles ainda ressaltou que na política sempre há pessoas querendo criar desavenças e que isso faz parte da carreira pública.
"Há sempre na política gente querendo ocupar os espaços, fazer intrigas e isso faz parte da política. Não temos a postura de achar que não há nada eventualmente a ser corrigido. Se houver, faremos as correções. Não temos arrogância de dizer que ninguém erra, ninguém é dono da verdade. Somos abertos a ouvir críticas e debater, mas também a falar as coisas da forma correta. Não seremos patrulhados ideologicamente por ninguém", complementou.
Avanço do desmatamento
Questionado sobre o avanço do desmatamento da Amazônia, Salles disse que o crescimento ocorre desde 2012 e fez uma crítica a antecessores do atual governo.
"O grupo que antecedeu o Meio Ambiente nos entregou um ministério com déficit de 50% de funcionários, um orçamento mal feito e mal planejado. Além disso, a falta de apoio de polícias militares que muitas vezes são obrigadas a cuidar de outros problemas e não apoiaram nossas ações. Mesmo assim o governo fez a GLO [Operação de Garantia da Lei e da Ordem), em 2019, e reduziu as queimadas para os menores índices dos últimos 20 anos", comentou.
Salles afirmou que, na próxima semana, Bolsonaro lançará o programa "Adote um Parque" para que 132 unidades de conservação federal na Amazônia sejam cuidadas através de parcerias com o setor privado. Empresas brasileiras e estrangeiras serão convidadas para o projeto.
"Muitos que apontam o dedo para nós poderão sair do discurso e adotar um parque. São empresas grandes, bancos que possuem recursos, algumas empresas que inclusive usam a imagem da Amazônia para se promover. Quero ver adotarem um parque e efetivamente colocarem dinheiro", finalizou.
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