Salles anuncia projeto que prevê estrangeiros na preservação da Amazônia
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,, anunciou hoje que pretende lançar, na semana que vem, um programa que estabelece a participação de empresas estrangeiras no esforço de preservação da Amazônia. O titular da pasta também adiantou um outro projeto, que premiará quem cumprir suas obrigações de preservação na região.
O primeiro programa se chamará Adote Um Parque. "Temos 132 unidades de conservação federais na Amazônia, de diferentes tamanhos. O que a gente quer? Ao adotar um parque poderemos ter empresas nacionais ou estrangeiras se responsabilizando, fazendo uma aliança pela conservação dessas unidades", explicou Salles em entrevista à CNN Brasil.
"Se a gente pegar o exemplo da (Área de Proteção Ambiental do) Tapajós, tem 200 mil hectares. A 10 euros o hectare, estamos falando de 2 milhões de euros para manutenção, combate a incêndio, para vigilância, para guarda parque, para recuperação vegetal. Temos uma série de serviços que precisam ser feitos", acrescentou o ministro.
Salles reforçou que a soberania nacional será mantida no programa, apesar da participação de empresas estrangeiras. "Faremos um modelo de parceria em que fica mantida a soberania brasileira, mas essa aliança pela Amazônia permitirá que para pessoas que nos têm procurado, dizemos: 'ó, há aqui uma oportunidade'", afirmou.
O outro programa anunciado por Salles, que tem previsão de ser lançado ainda nesta semana, é o Floresta Mais. Nele, serão oferecidos R$ 500 milhões para premiar, segundo o ministro, "boas práticas" de preservação.
"Esse programa é o maior programa de pagamento por serviços ambientais no mundo na atualidade. É um recurso que recebemos do GCF (Fundo Verde do Clima em português, uma iniciativa global), são R$ 500 milhões desenhados para renumerar quem preserva, para pagar pelas boas práticas. Ao invés de simplesmente fiscalizar e punir, você também reconhece o mérito de quem cuida adequadamente do meio ambiente", disse.
Salles vem sendo criticado por alguns setores da sociedade desde que se tornou pública uma fala sua durante uma reunião ministerial realizada em 22 de abril. Na oportunidade, o ministro disse que o governo deveria aproveitar o momento da pandemia do coronavírus para "passar a boiada", se referindo a aprovar reformas "infralegais".
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