Ministro da Justiça: independência da PF não significa soberania de atuação
O ministro da Justiça, André Mendonça, afirmou hoje que a Polícia Federal (PF) é independente e autônoma, mas não soberana em sua atuação. Ele ainda cobrou o trabalho responsável e "sem perseguições" do órgão.
As declarações foram dadas em uma videoconferência sobre as ações da pasta do governo. Na reunião, o ministro também afirmou que demanda atuação "efetiva" da PF.
"Essa independência e autonomia que a PF tem, ela não significa uma soberania de atuação. Eu, como Ministro da Justiça, demando uma atuação efetiva da PF. Eu cobro resultados, eu quero saber se estão fazendo operações. Quais as dificuldades estão tendo para tentar ajudar a solucionar", apontou Mendonça.
Para o ministro, é uma ilusão pensar que políticos consigam ter ingerência na PF. Ao mesmo tempo, acredita que a vida própria do órgão não impede o governo de "dar o delineamento" da atuação investigativa.
"Qualquer pessoa que vá fazer isso, ela está cometendo um suicídio jurídico-político. Elucubrar uma interferência no trabalho da PF é impensável", disse.
"O que a gente cobra: persigam o crime? Sim. Mas de modo imparcial, de modo isento, sem perseguição a grupo A ou grupo B. Que tenham uma atuação responsável. Eu não tenho que ter um punitivismo, agora eu tenho que ter uma atuação séria e efetiva, eficaz no menor tempo possível", acrescentou Mendonça.
Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello prorrogou por mais 30 dias o inquérito que investiga a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal.
O inquérito foi aberto em abril, após as acusações feitas por Sergio Moro ao pedir demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública. Desde então, foram tomados depoimentos, inclusive o do ex-ministro.
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