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Sindicato pede saída da imprensa do Planalto após Bolsonaro anunciar covid

Do UOL, em São Paulo

07/07/2020 15h01Atualizada em 07/07/2020 17h55

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) anunciou hoje o envio de um ofício aos veículos de comunicação em que pede a suspensão da cobertura presencial no Palácio do Planto, em Brasília.

Para a entidade, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) colocou os profissionais em risco após convidá-los para anunciar que está com covid-19. Durante o pronunciamento, estavam presentes jornalistas da TV Brasil, CNN Brasil e Record TV.

"Imagens e denúncias que chegaram ao SJPDF comprovam que o presidente da República, positivo para a covid-19, colocou em risco os jornalistas e as equipes ao fazer o anúncio. Por que o presidente não solicitou que um médico o fizesse? E qual será a postura daqui para frente", questionou o sindicato em nota.

A entidade ainda pediu aos veículos que testem e afastem todos os profissionais que foram expostos, nos últimos 10 dias, às coberturas que tiveram contato com Bolsonaro e quaisquer membros do Executivo.

"Também vamos cobrar do Ministério das Comunicações para que seja mantida a divulgação de informações do Poder Executivo sem expor jornalistas a risco em entrevistas coletivas presenciais, incluindo as dos ministros, que devem passar a dar coletivas de forma virtual", acrescentou.

Caso os jornalistas recebam resultado positivo para o novo coronavírus, o sindicato não descarta acionar o presidente na Justiça.

Recentemente, UOL, Folha de S.Paulo, Grupo Globo, TV Band e Metrópoles já haviam decidido que deixariam de cobrir o Palácio do Alvorada por questões de segurança.

Anúncio de Bolsonaro

Após revelar ter apresentado sintomas leves, como febre e indisposição, Bolsonaro confirmou hoje que recebeu diagnóstico positivo para covid-19. Ele relatou ter sentido "certa indisposição" no domingo (5), além de febre de 38 ºC e cansaço.

O presidente também informou que tem tomado hidroxicloroquina e azitromicina por recomendação de sua equipe médica. Não há, porém, nenhuma evidência de que esses medicamentos sejam eficazes no tratamento da covid-19.