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Haddad cita depósitos de F. Bolsonaro e mortes da covid-19: Não chocam mais

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que números altos das mortes diárias da covid-19 e dos depósitos suspeitos feitos na conta do senador Flávio Bolsonaro não causam mais impacto - Kleyton Amorim/UOL
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que números altos das mortes diárias da covid-19 e dos depósitos suspeitos feitos na conta do senador Flávio Bolsonaro não causam mais impacto Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Do UOL, em São Paulo

21/08/2020 10h15Atualizada em 21/08/2020 10h24

O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) comparou o número de depósitos suspeitos que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) recebeu ao de mortes diárias da covid-19 para fazer uma crítica ao filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo reportagem do Jornal Nacional, Flávio teria recebido 1.512 depósitos suspeitos entre março de 2015 e dezembro de 2018 na conta de sua franquia de uma rede de chocolates. Os valores eram sucessivos e em dinheiro vivo. De acordo com a denúncia, a intenção seria ocultar lavagem de dinheiro.

"O número de mortes diárias por covid-19 só perde para o número de depósitos em dinheiro na conta de F. Bolsonaro. E os dois números não chocam mais ninguém. Triste", escreveu Haddad no seu Twitter.

O país registrou 1.234 mortes por covid-19 no intervalo entre quarta-feira e a noite de ontem. O número total de vidas perdidas é de 112.423 mil. As informações são do levantamento feito pelo consórcio de veículos do qual o UOL faz parte junto aos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.

Rachadinhas e Queiroz

Derrotado por Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial em 2018, o professor da USP já criticou a família e a relação próxima com os esquemas suspeitos.

Em julho, Haddad disse no programa Roda Viva que o governo de Jair Bolsonaro seguia a linha do fascismo, regime autoritário e repressivo que ocorreu na Itália em 1922 e que inspirou outros governos do mundo.

"Tem método muito parecido com a comunicação de massa do fascismo, por exemplo, o uso da religião. Muito difícil imaginar que o Bolsonaro tenha compreendido a essência do cristianismo, aliás, é próprio do fascismo matar o cristianismo falando de Cristo", apontou.

Ele afirmou ainda que não acreditava que o presidente diminuiria o tom agressivo com a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Queiroz, que está em prisão domiciliar, é apontado como chefe de um esquema de "rachadinhas " no gabinete do então deputado estadual.