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Haddad: Não acredito no Jair 'paz e amor' depois que o Queiroz foi preso

Fernando Haddad (PT) em entrevista para o Roda Viva - Reprodução
Fernando Haddad (PT) em entrevista para o Roda Viva Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

06/07/2020 22h34

O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), afirmou hoje em entrevista ao programa Roda Viva que não acredita no discurso "paz e amor" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz.

O petista ainda defendeu a frente ampla a favor da democracia que tem como objetivo, segundo ele, proteger o Brasil contra o atual chefe do Executivo.

"Mas o clima de liberdade, essa conquista a duríssimas penas que custou a vida de brasileiros, duas gerações para gente conquistar essa essência da humanidade de ter a liberdade de poder se expressar, errar, acertar, isso que temos que defender. Não acredito no Jair paz e amor depois que o Queiroz foi preso. É uma estabilidade que está sendo comemorada que é falsa", analisou.

Haddad também criticou a maneira como Bolsonaro vem comandando o Brasil em tempo de pandemia do coronavírus. Para o ex-prefeito de São Paulo, era algo esperado para alguém que não "entende de gestão pública".

"Estamos perdendo vidas todos os dias por causa do presidente da República. Não estaríamos nessa situação se tivéssemos uma liderança a altura da importância do Brasil no mundo. Estamos perdendo emprego por causa do presidente. Podíamos passar quatro anos sem saber que ele é um incompetente. Infelizmente estamos tendo a prova disso num momento de dor nacional", disse.

Sobre o novo veto de Bolsonaro à lei aprovada no Congresso Nacional sobre o uso de máscaras, Haddad diz não saber o que se passa na cabeça do presidente.

"Agora, essas coisas das máscaras. Eu não sei se é sadismo, falta de empatia, uma demonstração tola de autoridade, não sei o que se passa na cabeça de uma pessoa tão desequilibrada quanto Bolsonaro. Olha o que estamos vivendo!."

Haddad classifica como "fascista" o governo de Bolsonaro pelos "métodos" impostos por ele.

"Tem método muito parecido com a comunicação de massa do fascismo, por exemplo, o uso da religião. Muito difícil imaginar que o Bolsonaro tenha compreendido a essência do cristianismo, aliás, é próprio do fascismo matar o cristianismo falando de Cristo", analisou.

O ex-prefeito completou: "A maneira como ele usa a comunicação: a fake news não é um expediente do Bolsonaro, é uma prática. Hoje aparece uma foto dele falando que está tomando a cloroquina porque está com febre, ou seja, ele é uma pessoa que joga no obscurantismo."

Em sua linha de raciocínio, Haddad aponta que o presidente usa um tipo de comunicação para mexer com a "boa-fé das pessoas, influenciar as pessoas, criar inimigos imaginários da nação", o que seria típico de práticas fascistas.