Pai de Flávio Dino morre aos 88 anos por complicações da covid-19
Morreu na manhã de hoje o ex-deputado estadual maranhense Sálvio Dino, 88, pai do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), por complicações causadas pelo coronavírus.
A informação foi confirmada pelo governador, que publicou uma mensagem de despedida em suas redes sociais.
"Na quinta-feira, eu e meu pai recitamos juntos Gonçalves Dias. Hoje, ele morreu, aos 88 anos, vítima de coronavírus", escreveu Dino.
Sálvio Dino teve seu mandato de deputado estadual cassado pela ditadura militar quando foi preso sob acusação de ser comunista. "Meu pai teve uma longa vida, com muitas lutas. Nos últimos dias deu a derradeira lição: profundo amor pela vida. Lutou com humildade e coragem", disse o governador.
Flávio Dino concluiu a homenagem relembrando o lado religioso do pai ao dizer que o viu discursar pela primeira vez no Seminário Santo Antônio, no centro de São Luís. "Meu pai tinha muita fé em Deus. Ele agora está no Reino."
Vereador, deputado e prefeito
Nascido na cidade de Grajaú (MA), em 1932, Sálvio Dino era advogado formado pela Faculdade de Direito de São Luís. Em 1954, deu início à carreira na política e foi eleito vereador pela capital maranhense.
Em 1962, ele teve campanha vitoriosa para deputado estadual do Maranhão, mas teve seu mandato cassado pela ditadura militar em 1964 sob alegação de atividades subversivas. De volta à vida política, em 1974, Dino foi reeleito à Assembleia Legislativa de seu estado pela Arena.
Mais de uma década depois, ele foi eleito para seu primeiro cargo executivo, sendo eleito prefeito da cidade de João Lisboa (MA) em 1988, cargo que ocuparia novamente em 1996.
Como escritor, Dino dedicou sua vida a escrever sobre as particularidades do seu estado como o rio Tocantins e a cidade de Grajaú, onde nasceu. Em 1999, tornou-se membro da Academia Maranhense de Letras.
Seu último livro foi "A Coluna Prestes e Exilar-se - passagem pelo sul-maranhense", em que ele escreve sobre a passagem de Luis Carlos Prestes pelo estado do Maranhão, em 1925, num movimento de insatisfação frente ao governo oligárquico chefiado pelo então presidente Artur Bernardes.
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