Topo

Esse conteúdo é antigo

Flávio Bolsonaro é diagnosticado com covid-19; senador está sem sintomas

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

25/08/2020 12h47

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi diagnosticado ontem com a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, informou a assessoria do parlamentar.

Flávio está sem sintomas e em isolamento em sua residência em Brasília. O senador está utilizando hidroxicloroquina e azitromicina, embora ainda não haja comprovação médica dos medicamentos no tratamento da covid-19.

O senador é o quarto da família Bolsonaro a ser infectado pelo vírus com confirmação pública. Antes dele, já foram infectados seu pai e presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e seu irmão Jair Renan e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Segundo o presidente e a primeira-dama, ambos não estão mais com o vírus. A mãe de Jair Renan e ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, também publicou nas redes sociais que o filho está curado.

"Rachadinha"

Flávio Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por suposto envolvimento em esquema de "rachadinha" em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, quando era deputado estadual.

Segundo o MP-RJ, o esquema consiste no repasse de parte dos salários de funcionários do gabinete de Flávio na Alerj para a conta do ex-assessor Fabrício Queiroz. De acordo com a investigação, Queiroz recolheu mais de R$ 2 milhões repassados por 11 funcionários entre abril de 2007 e dezembro de 2018 —70% desta quantia em dinheiro vivo.

No mesmo período dos recolhimentos, os promotores identificaram saques feitos por ele que chegaram a R$ 2,9 milhões —R$ 900 mil a mais na comparação com o valor recolhido dos 11 ex-assessores (a origem desse dinheiro ainda é desconhecida). Os ex-assessores listados eram ligados a Queiroz por relações de parentesco, vizinhança ou amizade.

O procedimento de divisão do salário chegou a ser confirmado por Queiroz em depoimento por escrito ao MP-RJ, em março de 2019 —após faltar quatro vezes—, mas, segundo ele, Flávio não teria conhecimento. Segundo essa versão, o dinheiro recolhido era usado para contratar mais funcionários com o intuito de "intensificar a atuação política" do então deputado estadual.

O Ministério Público do Rio também investiga supostas irregularidades em loja de chocolates de Flávio Bolsonaro. Flávio justifica sua evolução financeira e patrimonial —na mira do Ministério Público do Rio de Janeiro— com os lucros da empresa.

Para a Promotoria, a loja localizada em um shopping da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) lavou R$ 1,6 milhão — parte dessa quantia teria sido depositada na conta bancária da empresa entre 2015 e 2018 após supostamente ser recolhida pelo ex-assessor Fabrício Queiroz a partir do esquema de rachadinha.