Homem apontado como operador do pastor Everaldo se entrega à PF
Eduardo Militão
Do UOL, em Brasília
30/08/2020 18h39Atualizada em 31/08/2020 08h11
Um homem apontado como operador do pastor Everaldo Pereira se entregou à Polícia Federal na tarde deste domingo (30). Victor Hugo Cavalcante Barroso se apresentou na unidade da PF em Porto Alegre (RS) junto com seu advogado.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves ordenou a prisão de Everaldo e Barroso em meio a uma investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que envolve o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e empresários da área de saúde. Everaldo foi preso na sexta-feira (28), mesmo dia em que a Justiça afastou o governador do cargo.
Segundo o ministro Gonçalves, Barroso é "tido como operador financeiro" de Everaldo, presidente do PSC, o partido de Witzel.
É o responsável pela realização da contabilidade paralela, por cooptar agentes públicos e privados (empresários) e por indicar sociedades empresarias e organizações sociais que devem ser contratadas, em burla ao procedimento licitatório e ao princípio da impessoalidade, por várias Secretarias, dentre elas a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro"
Benedito Gonçalves, ministro do STJ
O endereço declarado de Barroso ficava em Montevidéu, no Uruguai, segundo o magistrado.
O que dizem os citados
O governador afastado e os demais investigados têm negado as denúncias do Ministério Público.
Na sexta-feira, a defesa de Pastor Everaldo disse que o presidente do PSC "sempre esteve à disposição das autoridades e reitera a sua confiança na Justiça".
No mesmo dia, Witzel disse que a investigação é "circo", que ela poderia ter um viés político e que se trata de um "ultraje à democracia". O ex-juiz declarou também que não há provas sobre os fatos apontados.
O advogado dele, Roberto Podval, criticou a decisão de Benedito Gonçalves de afastar um governador sem ouvi-lo na investigação.
A reportagem ainda não localizou a defesa de Barroso.