Hamilton Mourão critica ações da ONU e da OMS durante pandemia da covid-19
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) criticou na manhã hoje o posicionamento da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OMS (Organização Mundial da Saúde) no combate à pandemia do novo coronavírus.
Para o vice-presidente, a pandemia gerou uma pressão sobre as instituições e a falta de ajuda desses órgãos pode causar uma "desglobalização".
"Na minha opinião, a [Organização] Nações Unidas não teve um papel relevante nesse momento de combate à pandemia [da covid-19]. Não houve uma única reunião do conselho de segurança da ONU para tratar desse assunto. E, se questiona fortemente, o desempenho da Organização Mundial da Saúde [OMS]. Isso terá consequências em um futuro próximo e o efeito pode ser essa desglobalização que nós estamos vendo", disse Mourão em Fórum organizado pela BandNews TV.
Mourão também afirmou que o "vírus vai conviver com a gente por um bom tempo", mas espera que "brevemente" haja uma vacina ou um remédio para curar os efeitos nocivos do vírus.
O vice-presidente ainda declarou que lidar com a pandemia e seus efeitos em diferentes campos é o "maior desafio da humanidade neste século".
"A pandemia da covid-19, eu tenho absoluta certeza que todos entendem, é o maior desafio enfrentado pela humanidade neste século. Ela causa implicações sociais, econômicas e politicas e todos os países vêm procurando arrefecer os efeitos nestes três campos", afirmou Mourão.
Desenvolvimento da Amazônia
Durante a entrevista, também Mourão destacou a necessidade de o país desenvolver a bioeconomia da Amazônia para atrair investimentos de seus parceiros econômicos do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
"A Amazônia precisa de um novo modelo de desenvolvimento baseado em pesquisa e inovação. E com isso entrar na bioeconomia por meio de parcerias público-privada. Esse é o grande desafio que temos no momento. A Amazônia tem essa série de problemas que estão colocados. São os desafios que nos temos que vencer."
Segundo Mourão, que chefia o Conselho da Amazônia, é necessário que o país "vença o modelo extrativista-predatório" que "derruba a floresta pura e simplesmente para vender madeira". "Temos também que avançar no desenvolvimento tecnológico e na conscientização ambiental. Mais do que nunca, isso é tema do momento que vivemos", disse o vice-presidente.
Na sua fala, Mourão chegou a comentar que é importante que os empresários comecem a olhar para o potencial dos recursos hídricos disponíveis na Amazônia.
"Então os temas da Amazônia estão aqui: biodiversidade, reserva hídrica. Falta água no mundo. 20% da água doce do mundo está na Amazônia. Outro dia me referi em um painel que nós vamos vender água, temos que nos preparar para isso. Empresários têm que começar a olhar isso. A reserva mineral, utilizar essa reserva, respeitando o meio ambiente, respeitando o social e com governança. [A amazônia é] Importante no equilíbrio climático, mas não é o pulmão do mundo. O pulmão do mundo são os oceanos e a produção sustentável."
Sustentabilidade
Ao abordar a questão da sustentabilidade, o vice-presidente apontou a necessidade para que o Brasil mostre para o mundo o seu cuidado com a proteção da Amazônia e cumpra os acordos firmados em fóruns internacionais.
"Qual a visão que o conselho [Nacional da Amazônia Legal] tem que entregar à sociedade brasileira? Uma solução ambiental que controle o desmatamento e queimadas ilegais. E cumpra as metas globais que o Brasil acordou nos fóruns internacionais. A solução econômica com o aproveitamento sustentável dos recursos naturais e minerais, e a gestão compartilhada das políticas públicas. Com isso teremos uma solução para nossa imagem, fortalecendo mais do que nunca a imagem do Brasil como uma nação compromissada com a sustentabilidade."
O discurso de Mourão sobre a relevância da sustentabilidade surge em meio às críticas nacionais e internacionais que o governo tem recebido pelo tratamento aos recursos naturais e pela decisão anunciada na sexta-feira (28), pelo Ministério do Meio Ambiente, que o SOF (Secretaria de Orçamento Federal) bloqueou cerca de R$ 60 milhões que seriam usados para o combate ao desmatamento no país.
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