Mourão vê precipitação de Salles e diz que ações na Amazônia vão continuar
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) criticou o anúncio feito nesta tarde pelo Ministério do Meio Ambiente de bloqueio de R$ 60 milhões em recursos para o combate ao desmatamento na Amazônia e às queimadas no Pantanal e demais regiões do Brasil.
O general disse ter havido "precipitação" do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) e afirmou a jornalistas que as operações não serão suspensas. "O governo está buscando recursos para poder pagar o auxílio emergencial, é isso que eu estou chegando à conclusão. Então está tirando recursos de todos os ministérios", disse Mourão. "O ministro [Ricardo Salles] teve uma precipitação, e não vai ser isso que vai acontecer, não vai ser bloqueado."
O vice-presidente, que relatou ter conversado com Salles por telefone, também disse esperar que o ministro reconhecesse que a decisão "não foi a melhor linha de ação que ele tomou".
Depois das declarações de Mourão, a pasta comandada por Salles divulgou uma nova em que anunciou o "desbloqueio" do dinheiro. "O Ministério do Meio Ambiente informa que na tarde de hoje houve o desbloqueio financeiro dos recursos do IBAMA e ICMBIO e que, portanto, as operações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas prosseguirão normalmente", diz a nota atualizada.
Sem os R$ 60 milhões, todas as operações contra o desmatamento ilegal na Amazônia Legal, bem como todas as operações de combate às queimadas no Pantanal e demais regiões do Brasil seriam interrompidas. O anúncio da medida gerou críticas do Greenpeance, WWF e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Ao ter anunciado mais cedo o bloqueio da verba, o Ministério do Meio Ambiente havia informado que atendia a uma determinação da Casa Civil, chefiada pele general Braga Netto, e da Secretaria de Governo, do general Luiz Eduardo Ramos. A pasta também citou Esteves Colnago, assessor do Ministério da Economia, como responsável por comunicar a mudança.
Com a decisão, todas as operações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas teriam que ser interrompidas já a partir de segunda-feira (31). A maior parte das verbas — quase R$ 40 milhões — é destinada ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade); o restante, ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Íntegra da nota do anúncio do bloqueio divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente à tarde:
O Ministério do Meio Ambiente informa que em razão do bloqueio financeiro efetivado pela SOF (Secretaria de Orçamento Federal) na data de hoje, da ordem de R$ 20.972.195,00 em verbas do Ibama e R$ 39.787.964,00 em verbas do ICMBio, serão interrompidas a partir da zero hora de segunda-feira (31) todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia Legal, bem como todas as operações de combate às queimadas no Pantanal e demais regiões do País.
Segundo informado ao MMA pelo Secretário Esteves Colnago, do Ministério da Economia, o bloqueio atual de cerca de R$ 60 milhões para Ibama e ICMBIO foi decidido pela Secretaria de Governo e pela Casa Civil da Presidência da República, e vem a se somar à redução de outros R$ 120 milhões já previstos como corte do orçamento na área de meio ambiente para o exercício de 2021.
As operações que serão afetadas já na segunda-feira compreendem, no âmbito do combate às queimadas no Ibama, a desmobilização de 1.346 brigadistas, 86 caminhonetes, 10 caminhões e 4 helicópteros.
Nas atividades do Ibama relativas ao combate ao desmatamento ilegal serão desmobilizados 77 fiscais, 48 viaturas e 2 helicópteros.
No âmbito do ICMBio, nas operações de combate ao desmatamento ilegal serão desmobilizados 324 fiscais, além de 459 brigadistas e 10 aeronaves Air Tractor que atuam no combate às queimadas.
Íntegra da nota do anúncio do desbloqueio divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente à noite:
"O Ministério do Meio Ambiente informa que na tarde de hoje houve o desbloqueio financeiro dos recursos do IBAMA e ICMBIO e que, portanto, as operações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas prosseguirão normalmente"
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