STF veta Força Nacional em área de sem-terra na Bahia sem aval do estado
Em sessão na tarde de hoje, o STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou a decisão do ministro Edson Fachin de proibir o uso da Força Nacional de Segurança Pública em assentamentos agrários na Bahia sem o aval do governo daquele estado.
A decisão foi tomada por 9 votos a 1. A maioria dos ministros entendeu que o emprego da força de segurança exige anuência do governo local. Hoje, além de Fachin, votaram nesse sentido os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux
Apenas o ministro Luís Roberto Barroso deu aval ao uso da Força Nacional por iniciativa do governo federal. O ministro Celso de Mello está em licença médica e não participou da sessão.
No início do mês, o Ministério da Justiça autorizou o envio das tropas da Força Nacional para apoiar o trabalho do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em assentamentos de trabalhadores rurais ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) em cidades no sul da Bahia.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), contestou no STF a atuação da Força Nacional afirmando que não houve consulta prévia ao governo e nem solicitação das tropas pelo estado.
Em decisão individual na última quinta-feira (17), o ministro Edson Fachin, relator do processo, acolheu os argumentos do governo da Bahia e determinou a retirada da Força Nacional do estado.
O caso foi levado hoje a julgamento pelo plenário do STF, composto pelos 11 ministros da corte.
Como votaram os ministros
Em seus votos, os ministros destacaram que a Força Nacional não poderia ser utilizada unilateralmente pelo governo federal.
"A Força Nacional é uma força de cooperação, a Força Nacional não é exclusivamente da União, ela é da federação", disse Fachin.
O ministro Alexandre de Moraes comparou o envio da Força Nacional sem autorização do governo local a um tipo de intervenção federal.
"A Força Nacional não é a polícia da União. É um programa de cooperação para auxiliar os estados. Não há a possibilidade, a meu ver, [de atuar] em substituição às polícias estaduais", disse Moraes.
"Isso é uma intervenção branca, mandar tropas armadas ao estado", afirmou o ministro.
"É tão grave a possibilidade de substituição das forças policiais estaduais, o comando dessas forças pela União que a Constituição só permite no caso de intervenção federal, que foi o que ocorreu no Rio de Janeiro. Não é possível uma intervenção branca, uma substituição das polícias militares", disse Moraes.
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