Doria inaugura trem chinês em SP e diz: 'só o Bolsonaro não vai usar'
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ironizou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) hoje, durante entrega do novo trem da série 2500, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Doria disse Bolsonaro seria o único que não usaria o serviço, já que a composição foi fabricada na China.
"Só tem um passageiro que eu sei que não vai utilizar este serviço: o presidente Jair Bolsonaro, porque ele não usa nada que é chinês. Então, ele vai preferir um outro tipo de transporte, não irá entrar neste trem que está sendo entregue hoje aqui. Como ele retalia tudo o que vem da China, será talvez o único que fará o uso desta estação para usar o novo trem da série 2500", afirmou Doria.
A declaração foi uma referência ao fato de Bolsonaro ter desautorizado o Ministério da Saúde a comprar 46 milhões de doses da vacina do laboratório chinês SinoVac em parceria com o Instituto Butantan.
"O presidente da República disse que não vai permitir a compra dessa vacina mesmo se (sua eficácia) for comprovada pela Anvisa (Agência Nacional de vigilância Sanitária). Se o absurdo já era grande, agora beira a situação criminal. Negar o acesso a uma vacina aprovada pela Anvisa em meio a uma pandemia que já vitimou 155 mil brasileiros é criminoso e desumano", concluiu o governador.
Pensando nas eleições presidenciais de 2022, os pré-candidatos ao Palácio do Planalto estão travando uma briga pública sobre o assunto. Bolsonaro afirmou que o governador paulista distorceu o conteúdo acordado na reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na última terça-feira (20), e que ninguém estaria interessado em adquirir a vacina do laboratório chinês.
"Houve uma distorção por parte do senhor João Doria no tocante ao que ele falou. Ele tem um protocolo de intenções, já mandei cancelar, se ele assinou. Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade, até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós", disse Bolsonaro sobre o imbróglio.
Na entrevista concedida hoje, Doria também afirmou que o impasse pode acabar na Justiça. "Se ele (Bolsonaro) prosseguir nessa linha, teremos que judicializar esse processo na defesa do direito de todos os brasileiros", disse o governador.
Trem da série 2500 da Linha 13 - Jade
O trem da série 2500 é fabricado pela empresa chinesa CRRC Qingdao Sifang e Temoinsa do Brasil e construído especialmente para atender a Linha 13 - Jade, que faz o trajeto entre a Estação da Luz e o Aeroporto de Guarulhos.
"Esse novo trem traz alguns benefícios adicionais, amplos bagageiros para colocação de malas pequenas e maiores, com conforto, para os passageiros. E sempre a acessibilidade facilitada, como já é norma e determinação à CPTM, em todas as suas linhas e em todos os seus trens", disse Doria.
A primeira composição da série foi entregue em 3 de fevereiro. O governo estadual promete entregar outras seis composições até dezembro deste ano, totalizando 8 trens.
O investimento feito é de R$ 316,7 milhões, em uma parceria do governo de São Paulo e do Banco Europeu de Investimento.
(Com Estadão Conteúdo)
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