PF aponta que Chico Rodrigues usou proximidade com governador de RR
Um relatório da PF (Polícia Federal) mostrou que o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que foi flagrado com dinheiro na cueca, usou da proximidade que tem com o governador de Roraima, Antonio Denarium (sem partido), para beneficiar empresas investigadas pela PF.
A PF investiga um esquema de desvio de verbas que deveriam ser usadas no combate a pandemia da covid-19.
Segundo a PF, o senador atuava como um "gestor paralelo" da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde de Roraima). O documento mostra, por exemplo, que Chico agiu para evitar a demissão do então Secretário Adjunto de Saúde de Roraima, Francisco Monteiro Neto.
Além disso, o senador estaria tentando articular com a gestão de Denarium para que o governador não abrisse uma nova licitação. Ao invés disso, ele deveria estender os contratos com empresas de Gilce Pinto, uma empresária também investigada pela PF.
Há fortes indícios de que este parlamentar teria grande influência no Governo de Roraima. Por este motivo, suspeita-se que o Senador tenha feito gestão junto à ANTÔNIO DENARIUM, Governador do estado de Roraima, para que, ao invés de se fazer novo processo licitatório, o governo aditivasse os contratos já existentes entre 03 (três) empresas, das quais 02 (duas) possuem vínculo direto com GILCE -GILCE O. PINTO, e HAIPLAN CONSTRUCOES COMERCIO E SERVICOS LTDA.
Mesmo citado no relatório, não existe indicação de conduta ilegal por parte do governador.
A reportagem do UOL procurou a defesa do senador, mas ainda não obteve resposta.
O relatório da PF aponta que em diversas ocasiões, o senador cobrava de Francisvaldo de Melo Paixão, um ex-servidor da Sesau, pagamentos para Gilce. Francisvaldo, que é citado no relatório, foi o delator do esquema.
A PF conclui no relatório que:
A forma com que o Senador cobrava o pagamento da empresa HAIPLAN em suas conversas com Francisvaldo indicam que o parlamentar estaria atendendo não apenas aos interesses do estado de Roraima, mas também aos seus próprios.
Dinheiro na cueca
Chico Rodrigues foi pego pela PF tentando ocultar dinheiro na cueca no último dia 14. A defesa do senador afirma que o dinheiro tem origem lícita e diz que ele não cometeu irregularidades.
Após a operação que o flagrou com R$ 33 mil em dinheiro, dentro da cueca, o senador pediu licença do cargo no Senado por 121 dias.
Com o afastamento voluntário, quem assume temporariamente a vaga no Senado é o filho do parlamentar Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR), suplente do senador.
O pedido de licença do Senado levou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, relator das investigações, a voltar atrás e suspender a determinação de que Rodrigues ficasse afastado do cargo por 90 dias.
Ao suspender a decisão de afastamento do senador do cargo, Barroso, no entanto, manteve a proibição de que Rodrigues entre em contato com outros investigados no inquérito que apura suspeitas de desvio de verbas enviadas pelo governo federal para combater a pandemia de coronavírus em Roraima.
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