PT adia definição de apoio na sucessão da Câmara e pede união da esquerda
A Executiva Nacional do PT se reuniu hoje, mas ainda não chegou a uma definição sobre quem o partido vai apoiar na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados. As eleições internas para escolher quem vai suceder a Rodrigo Maia no cargo e a nova Mesa Diretora acontecem em fevereiro de 2021.
Nome do presidente Jair Bolsonaro no pleito, o líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), lançou sua candidatura nesta semana e conta também com o apoio de PL, PSD, Avante, Solidariedade, Patriota, Pros e PSC, além do próprio partido.
A tendência é que o PT só anuncie que vai apoiar após o grupo de Maia revelar seu candidato. O atual presidente da Câmara tenta fazer um sucessor, mas também ainda não definiu o candidato de seu grupo, composto por MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV. Entre os mais cotados estão Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP) e Elmar Nascimento (DEM-BA).
A oposição segue conversando com ambos os grupos e é cobiçada porque um blocão com o grupo pode chegar a cerca de 300 dos 513 deputados. Ou seja, a maioria da Casa.
Ao mesmo tempo, a própria esquerda sabe que, para ter cargos importantes na Câmara, não pode se isolar. Experiências passadas em que a oposição não compôs um blocão são consideradas hoje como um desastre por seus próprios integrantes.
Uma candidatura própria não foi descartada, mas o PT acenou a uma união maior na esquerda desde que todos os partidos de oposição sigam dois princípios:
- compromisso com uma agenda mínima, como ser contra perda de direitos trabalhistas, privatizações de estatais e autonomia do Banco Central;
- proporcionalidade de partidos respeitada na Mesa Diretora, comissões e relatorias de projetos.
Essa intenção de união é válida tanto para as eleições internas da Câmara quanto do Senado, segundo o partido.
Em reunião nesta semana, 18 dos 31 deputados federais da bancada do PSB defenderam apoiar o nome de Lira — a direção do partido, porém, pediu aos deputados do partido que não apoiem o candidato de Bolsonaro.
O PCdoB também se mantém aberto aos candidatos dos dois grupos. Uma decisão só deve sair semana que vem. O PSOL tem tradição de lançar uma candidatura própria, mesmo que para marcar posição, e pode continuar nessa linha.
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