Arthur Virgílio obtém habeas corpus para evitar busca e apreensão do MP
Após a família virar alvo de uma operação que investiga corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro às vésperas de terminar o mandato, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB) conseguiu um habeas corpus que o blinda de busca e apreensão no caso. A decisão foi concedida pelo presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Humberto Martins.
No dia 18 de dezembro de 2020, o MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas) deflagrou em Manaus a operação Boca Ratón, que teve como alvo a enteada de Virgílio, o marido dela e a esposa do tucano, a ex-primeira-dama Elisabeth Valeiko. Foram cumpridos na ocasião 20 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de buscas pessoais em endereços residenciais e comerciais ligados à família.
O MP suspeita de enriquecimento ilícito e acusa os investigados de realizarem operações financeiras suspeitas que coincidem com o período que Elisabeth Valeiko passou a atuar no poder público municipal, logo após se casar com Arthur Virgílio.
A defesa de Arthur Virgílio e Valeiko alega, no pedido de habeas corpus, que a operação tem motivações políticas contra o tucano e destaca que a mesma foi deflagrada um ano depois do início da investigação e que, enquanto o ex-prefeito tinha foro privilegiado, a casa em que o casal mora não foi inclusa no mandado de busca e apreensão.
Na investigação, o MP destaca que a primeira-dama ocupava a função de presidente do Fundo Manaus Solidária desde maio de 2017 com remuneração bruta de R$ 15 mil mensais e que, após essa data, adquiriu veículo avaliado em cerca R$ 176 mil reais e apartamento pelo valor aproximado de R$ 218 mil reais, sem que tivesse renda para tal.
O MP apura ainda a suspeita de enriquecimento ilícito da filha, do genro e do ex-marido da mulher de Virgílio no mesmo período, além de movimentações financeiras em espécie e depósitos no exterior. Segundo o MP, a ex-primeira-dama operava legalmente como procuradora do genro e da filha.
A operação Boca Ratón, que apura crimes contra a administração pública, foi batizada com este nome porque a investigação suspeita que parte do dinheiro irregular tenha sido aplicada em imóvel nesta cidade da Flórida (EUA).
A família de Arthur Neto também é investigada em outro caso envolvendo o homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues durante uma festa regada a álcool e cocaína na casa do enteado do tucano, Alejandro Valeiko, em setembro de 2019. O assassinato envolve o uso de um carro e um funcionário da prefeitura que atuava na segurança do tucano. Durante a investigação, o uso da estrutura da prefeitura não foi alvo de questionamento por parte do MP-AM.
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