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Conselho de Ética do Cidadania pede expulsão de deputado que apalpou colega

Do UOL, em Brasília

10/01/2021 16h55Atualizada em 10/01/2021 20h55

O conselho de ética do Cidadania pediu hoje a expulsão do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania-SP), flagrado apalpando a deputada Isa Penna (PSOL), dentro da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), em dezembro. A cena foi registrada por câmeras que filmavam a sessão.

Cury está afastado do partido desde dezembro. O parecer do conselho de ética passará por análise da Diretoria Nacional do Cidadania, a quem compete a decisão de expulsar ou não o parlamentar.

A deputada Isa Penna classificou o ato como assédio e pediu a cassação do mandato do parlamentar. Após a divulgação das imagens, o deputado estadual Fernando Cury subiu à tribuna da Alesp e se disse "triste e constrangido" com a repercussão do episódio, apesar de negar que tenha cometido qualquer tentativa de assédio.

Hoje, por meio de nota, ele afirmou que está sendo submetido "a um julgamento ilegal, sumário e de exceção, que viola o Código de Ética do próprio partido e a Constituição Federal."

"Irei demonstrar que não violei o decoro parlamentar, bem como jamais assediei nem tive, em nenhum momento, a intenção de constranger a nobre deputada Isa Penna, a quem respeito e sempre respeitei", disse.

A relatoria do procedimento interno, Mariete de Paiva Souza, entendeu que a "importunação sexual sofrida pela deputada fere frontalmente o Código de Ética do Cidadania" em seu artigo 3º, inciso I. O colegiado também entendeu que, mesmo Isa Penna não sendo filiada ao Cidadania, soma-se ao artigo 3º o que estabelece o artigo 2º, inciso II, do Código de Ética.

"As imagens do plenário por si conferem clareza ao acontecimento, com nitidez, câmeras flagraram um comportamento descabido, rasteiro e incongruente por parte do deputado Fernando Cury contra a deputada Isa Penna. O fato é grave e insolente, não nos permite outra interpretação que não a de estarmos diante de um acontecimento desrespeitoso e afrontoso, que deve ser combatido", destacou a relatora.

Mariete afirmou que o caso não pode ser relativizado e lamentou a falta de empatia do deputado quando tentou convencer a todos em plenário de que "aquele era o seu comportamento" e que, se a deputada se "sentiu ofendida", oferecia as suas desculpas.

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