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Governo diz que Portal da Transparência caiu por excesso de acessos

Gastos do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) somaram valores milionários com ítens como leite condensado -  Presidência da República
Gastos do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) somaram valores milionários com ítens como leite condensado Imagem: Presidência da República

Do UOL, em São Paulo

27/01/2021 09h47Atualizada em 27/01/2021 10h29

A CGU (Controladoria-Geral da União) informou na manhã de hoje, em um comunicado divulgado no site oficial do Governo Federal, que o Portal da Transparência saiu do ar nesta madrugada devido a um grande volume de acessos, "fora do habitual", como disse o órgão.

A instabilidade começou ontem, no final do dia, após a divulgação de informações sobre os gastos do Executivo, incluindo os R$ 15 milhões em leite condensado, R$ 2,2 milhões em chicletes e R$ 32,7 milhões em pizza e refrigerante. Os valores foram noticiados pelo jornal Metrópoles e se tornaram o centro das discussões do debate público. Na manhã de hoje, por volta das 8h30, já era possível acessar as informações do portal.

De acordo com a nota de esclarecimento da CGU, a área de Tecnologia da Informação identificou o comportamento instável gerado pela sobrecarga e está apurando detalhes para "identificar as causas exatas".

Segundo o órgão, estão sendo realizados "esforços, de forma prioritária", em busca de soluções para restabelecer o serviço com a maior brevidade possível. A CGU também disse ter "compromisso com a transparência" e pediu a "compreensão" dos usuários.

Representações contra o Executivo

Os valores das compras do Executivo foram alvo da oposição, que formalizou uma representação no TCU (Tribunal de Contas da União), solicitando a abertura de uma investigação sobre as compras do Executivo.

Os documentos foram protocolados pelo Senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e pelos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES). O total gasto em alimentos pelo Executivo, em 2020, é 20% maior que em 2019, e esse aumento das despesas, para os parlamentares, fere o princípio da moralidade administrativa.

Representantes do PSOL, como o deputado David Miranda (RJ) e as deputadas Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e Vivi Reis (PA), protocolaram uma ação para que Augusto Aras, procurador-geral da República, abra uma investigação sobre os gastos que totalizaram R$ 1,8 bilhão.