'Vou pensar', diz Maia sobre horários para eleição da Câmara
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse hoje que ainda não definiu o cronograma do dia da eleição para a presidência da casa, que acontece na próxima segunda-feira (1). Membros da mesa diretora convocaram hoje uma reunião para discutir o tema, mas Maia encerrou o encontro por falta de quórum.
"Eu abri a sessão às cinco, perguntei pelos membros titulares da mesa, não tinha nenhum presente, eu encerrei a sessão. Eles que convocaram", disse Maia.
O presidente também afirmou que a atribuição para a definição do cronograma da eleição é dele e que essa decisão não passa pela deliberação da mesa diretora.
"A data da eleição e dos prazos é atribuição exclusiva do presidente da Câmara", disse Maia. "Se amanhã tiver reunião da mesa e eu quiser modificar [a data] para o dia 2, eu posso porque essa é uma prerrogativa exclusiva do presidente da Câmara", completou.
Parte dos membros da mesa gostaria de estabelecer um cronograma para formação dos blocos, apresentação oficial das candidaturas e votação. Mas Maia afirmou que essa é uma decisão que será tomada por ele. "Vou pensar", disse o presidente sobre os prazos.
Maia gostaria de realizar a eleição no dia 2 de fevereiro, mas acabou cedendo à maioria dos membros da mesa diretora e marcou o pleito para o dia 1º.
O presidente da Câmara também foi voto vencido ao propor que o esquema de votação fosse híbrido, para possibilitar a votação remota a parlamentares do grupo de risco da pandemia de coronavírus. A mesa decidiu que a votação será presencial.
Troca de apoios
O presidente também ironizou a tentativa de interferência do Palácio do Planalto nas eleições e disse que o governo não vai conseguir cumprir as promessas feitas de liberação de emendas em troca de apoio.
"Pela conta que eu fiz e pelo orçamento que teremos para 2021, pelo que eu já vi que o governo está prometendo, vai dar pelo menos R$ 20 bilhões de emendas extra orçamentárias. Só saber em que orçamento que eles poderão cumprir essa promessa", disse o presidente da Câmara.
"A cada dia que passa as pessoas vão vendo que vão ser enganadas nesse toma lá dá cá", completou Maia.
Ontem, Maia discutiu por telefone com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, por causa da interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na eleição da Câmara.
Hoje o presidente da casa reconheceu que passou do tom na conversa e disse que pediu desculpas a Ramos.
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