Pacheco fala em independência do Senado, combate à corrupção e apoio ao SUS
No seu primeiro discurso como presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) destacou a palavra independência em relação aos outros poderes — ele é aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e foi apadrinhado pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que deixa o comando da Casa. O novo presidente do Senado prometeu seguir com uma Casa "livre e e autônoma" e ressaltou o combate à corrupção.
"A independência do Senado Federal, premissa fundamental para a tomada de decisões políticas, livres e autônomas, que sejam de interesse da nação, dos brasileiros", declarou.
Rodrigo Pacheco confirmou o favoritismo e se elegeu como o novo presidente do Senado já no primeiro turno da eleição, na noite de hoje.
"O Senado volta a se unir, somente assim podemos caminhar em busca do que precisamos. Os objetivos com os quais me comprometi só serão cumpridos com apoio dos colegas", pediu, destacando a liberdade democrática, segurança jurídica e moralidade pública como prioridades.
Durante o discurso, Pacheco destacou ainda a importância de se enfrentar crimes contra a administração pública, em especial, a corrupção. "Temos que seguir avançando na pauta da segurança pública, com as proposições que dão mais capacidades aos Estados de enfrentar a criminalidade, da mesma forma que temos de prosseguir na agenda legislativa de enfrentamento de crimes contra a administração pública, como em espacial o combate à corrupção."
Depois, em pronunciamento feito à imprensa, Pacheco reforçou a necessidade de valorização do SUS (Sistema Único de Saúde) para o combate da pandemia da covid-19 e realização da vacinação em todo o país. "A saúde pública significa, nesse instante, valorizar o SUS para permitir que a vacina chegue rapidamente a todos os brasileiros."
Reformas econômicas: 'com urgência, mas sem atropelos'
Pacheco afirmou que a votação de reformas econômicas que dividem opiniões, como a tributária e a administrativa, deverão ser "enfrentadas com urgência, mas sem atropelos".
Durante seu discurso, ele se comprometeu a reunir líderes semanalmente para construção da pauta de votações, com vaga destinada à bancada feminina. Segundo ele, o ritmo das reformas importantes será sempre definido em conjunto com os líderes e com o plenário da Casa.
O novo presidente do Senado também fez um aceno aos partidos de oposição e prometeu pautar o projeto que cria liderança desses partidos no Senado, para "equilibrar forças do Plenário".
Apesar de ser o candidato do presidente Jair Bolsonaro, Pacheco contou com apoio do PT, da Rede Sustentabilidade e PDT, partidos que têm sido os responsáveis pelas principais ações que levaram o STF (Supremo Tribunal Federal) a impor derrotas e enquadrar o governo do presidente da República.
Agradecimento a Alcolumbre
O novo presidente do Senado fez um agradecimento especial ao seu antecessor, Davi Alcolumbre, o qual chamou de "amigo para todas as horas", ressaltando ter "lealdade nos compromissos que assume".
Ele também assinalou agradecimento especial a Antônio Anastasia (PSD) e Carlos Viana (PSD), ambos de minas Gerais, dizendo que foram responsáveis por um "projeto de união entre partidos e Minas Gerais".
Sua principal concorrente era a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que acabou se tornando uma candidata independente após ser preterida pelo próprio partido.
Pacheco recebeu 57 votos a seu favor; Tebet, 21. Ao todo, 78 senadores votaram na eleição de hoje. Pacheco acompanhou a contagem dos votos ao lado de aliados, como o líder do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Tebet também contou com o apoio de senadores próximos e foi uma das primeiras a cumprimentar o novo presidente da Casa.
Pacheco construiu uma base de apoio sólida, com 11 partidos, tanto governistas quanto da oposição, como o PT e a Rede. Alcolumbre foi o principal articulador da campanha de Pacheco e investiu em manejar cargos importantes do Senado nas mãos dos principais apoiadores de sua gestão, segundo relatos de senadores ao UOL.
Uma estratégia da campanha de Pacheco foi costurar apoios antes mesmo que o MDB tivesse lançado um candidato. Quando Simone foi anunciada, bancadas partidárias que ela tinha como apoios certos já estavam rachadas, como o Podemos e o PSDB.
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