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ACM diz que livrou Maia de 'vexame' e nega que indicará ministro ao governo

ACM Neto, presidente do DEM e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara - Arte/UOL - Ulisses Dumas/BA Press/Futura Press e Folhapress
ACM Neto, presidente do DEM e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara Imagem: Arte/UOL - Ulisses Dumas/BA Press/Futura Press e Folhapress

Do UOL, em São Paulo

09/02/2021 11h15Atualizada em 09/02/2021 14h26

A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados estremeceu a relação entre o ex-presidente da Casa, Rodrigo Maia e o presidente do Democratas (DEM), ACM Neto. Na manhã de hoje, em uma entrevista ao vivo transmitida pela GloboNews, o presidente da legenda disse que Maia saiu do partido 'falando mentiras e trazendo posições levianas', mas que ainda assim o livrou de um 'vexame' ao ao evitar que o partido aderisse ao bloco de Arthur Lira (PP-AL). Neto também reforçou que não vai indicar um ministro para compor o governo Bolsonaro e que ainda é cedo para discutir os encaminhamentos internos para as eleições de 2022.

"Rodrigo foi extremamente injusto, sobretudo comigo, afinal de contas, no domingo, véspera de eleição, haviam 16 dos 31 deputados com assinaturas colocadas para aderir ao bloco do Arthur Lira. Quem não permitiu que a bancada federal não aderisse a Arthur Lira fui eu.
Convoquei a executiva nacional para tirar aquela postura de neutralidade como forma de assegurar a integridade e a unidade do partido. E para evitar um vexame para o Rodrigo Maia", alegou o presidente do DEM.

Sobre os rumores de que estaria dialogando com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as eleições da Câmara, ACM justificou que sempre deixou claro tanto para o chefe do Executivo nacional quanto para os ministros que jamais participaria de uma indicação de ministros. O presidente do DEM explicou que prefere manter distância sobre as decisões para manter a liberdade de fazer críticas à atual gestão nacional.

"Condeno inteiramente a política do 'toma lá dá cá'. O DEM vai manter sua posição de independência para poder criticar quando necessário. Várias foram as vezes que critiquei o presidente e seu governo, sobretudo relacionado a pandemia, a postura do negacionismo. Eu pretendo manter a mesma liberdade para sempre que for necessário poder criticar".

O desejo de ACM Neto era que o DEM integrasse o bloco do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), mas o presidente do partido alegou que não pode ser maior que o conjunto, ainda que tenha trabalhado institucionalmente para que o apoio fosse consolidado.

" O DEM não tem dono, eu não sou dono do partido, nós não somos um cartório, somos um partido. A maioria da bancada inclusive por rejeição à condução de maia optou por Arthur Lira e isso só não se confirmou porque eu não permiti como presidente do partido que houvesse adesão ao bloco do Arthur. Essa é a verdade e os deputados do DEM estão aí para não me deixar mentir."

Eleições 2022

Ao ser questionado sobre as perspectivas para as eleições presidenciais de 2022, ACM Neto disse que a discussão é irresponsável diante do contexto da pandemia. Para ele, os brasileiros que estão sofrendo com os efeitos da covid-19 não estão interessados em discutir a sucessão presidencial.

"As pessoas que hoje estão sofrendo estão preocupadas com 2022, já querem discutir sucessão presidencial? Eu tenho certeza que a maioria dos brasileiros não quer. Então a gente defende uma postura de responsabilidade."

A possibilidade do DEM indicar um candidato à presidência não foi descartada, mas o presidente da legenda disse que vai aguardar o momento em que o assunto se tornar pauta pelos membros.

"Na medida que o assunto ainda não começou a ser discutido no DEM, eu não posso antecipar posições. Eu não posso chegar pra dizer que o DEM 'vai assim, vai assado'. Eu acho que nós vamos ter uma discussão, primeiro se o DEM vai ter candidato próprio para presidente, poderá ser uma hipótese. Depois, se a decisão for não ter candidato, nós vamos analisar quais são as perspectivas de aliança."