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Trevisan: atuação da Lava Jato pode ter consequências civis e penais

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/02/2021 15h00

Há chances de as trocas de mensagens entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores do MPF (Ministério Público Federal) do Paraná, durante as investigações da operação Lava Jato, gerarem punições criminais. É o que revela o episódio #72 do Baixo Clero. Confira o programa no arquivo acima.

A apuração da colunista do UOL Maria Carolina Trevisan aponta para a possibilidade de o ex-juiz e os procuradores serem acionados na Justiça devido a acertos feitos em meio aos trabalhos e antes das condenações.

"Podem ter consequências, inclusive penais e civis, para os procuradores e Sergio Moro", diz a jornalista. "Não é que não tenham havido os crimes descobertos e imputados, mas é necessário um julgamento justo, o direito à ampla defesa e isso faz parte da democracia", afirma (veja em 34min31s no vídeo acima)

Segundo ela, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem interesse, neste momento, em incluir os diálogos no processo para reverter as condenações. A ação poderia atrasar o habeas corpus pedido pelos advogados do petista.

"É tanta coisa que, às vezes, a gente não entende a gravidade. É muito grave", afirma a jornalista. "Principalmente se banalizamos [as ações] e deixamos cair na normalidade esse tipo de conversa e armação que demonstraram as mensagens", resume Trevisan. (veja em 35min6s no vídeo acima)

Diogo Schelp, que participou do debate com Trevisan e Jamil Chade, todos colunistas do UOL, não vê tamanha gravidade nas ações. "É preciso pensar qual o uso político que essas mensagens estão tendo agora", fala. (veja em 39min32s no vídeo acima)

Ele afirma ainda não ter a garantia do STF (Supremo Tribunal Federal) de que os diálogos, obtidos por um hacker, serão considerados como provas a favor de Lula e outros condenados. "STF decidiu que podiam ser compartilhadas com defesa, apenas" (veja em 40min47s no vídeo acima).

Durante a edição, Schelp e Trevisan escolheram nomes para colocar na geladeira.

Maria Carolina optou pelo novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), por decidir tirar os jornalistas do Salão Verde da Casa.

"E um meio de obter entrevistas, um meio democrático, e quer mudar de lá para o subsolo do prédio. São informações de interesse público que passam por ali", explica a jornalista. "Se ficamos afastados, perdemos a notícia. Apartar a imprensa da notícia não é uma forma democrática de atuar" (veja em 43min20s no vídeo acima).

Schelp optou pelo ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, por revelar intenções políticas ao publicar mensagens no Twitter antes de um julgamento de Lula.

"E ele reconhece na entrevista que os tuítes não foram da lavra pessoal dele, apenas, haviam sido discutidos com o comando do Exército", afirma. "Não importa se é contra um político. Não se pode aceitar que o comando das Forças Armadas se reúna para fazer inferência" (veja em 45mins no vídeo acima). Trevisan concordou no personagem final para a frigideira.

Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição de áudio. Você pode ouvir Baixo Clero, por exemplo, em todas as plataformas de distribuição de áudio, como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e também Youtube —neste último, também em vídeo.