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Senador do dinheiro na cueca reassume mandato e cita 'excruciante provação'

Chico Rodrigues foi encontrado com dinheiro na cueca durante operação em Boa Vista - Roque de Sa/Brazilian Senate Press Office/AFP
Chico Rodrigues foi encontrado com dinheiro na cueca durante operação em Boa Vista Imagem: Roque de Sa/Brazilian Senate Press Office/AFP

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

18/02/2021 16h14

Flagrado com dinheiro na cueca em operação da Polícia Federal, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) afirmou hoje que vai reassumir o mandato. Ontem havia sido o último dia da licença de 121 dias para tratar de "assuntos particulares" que pediu após o episódio, em outubro do ano passado.

Na época vice-líder do governo no Senado, Rodrigues foi encontrado com dinheiro na cueca durante operação em Boa Vista que apurava desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia de covid-19. Ele nega quaisquer irregularidades. Segundo relato à reportagem, o senador teve depressão após o flagrante.

Em carta enviada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e aos demais colegas, Rodrigues afirmou que irá "carregar para sempre a chagas dessa excruciante provação".

"Mas creio que não devo transformar o sofrimento profundo que ainda sinto em mágoas ou revolta. Diante de um país e de um estado, como o meu, em que tantos sofrem muito, muito mais que eu, seria injusto e egoísta mergulhar na autocomiseração", escreveu.

Na carta, Rodrigues disse que prestaria esclarecimentos e voltou a negar as acusações de corrupção, que ele chamou de "brutais e kafkianas".

O senador afirmou que os valores encontrados com ele durante a ação policial são compatíveis com seu patrimônio e foram declarados em seu imposto de renda. Ele também voltou a alegar que o dinheiro que estava escondido em sua cueca era referente ao pagamento de funcionários.

Chico Rodrigues anexou à carta a primeira página da sua declaração de imposto de renda, assim como uma declaração de que os recursos da Emenda Parlamentar nº 71240009, supostamente desviados, foram integralmente creditados na conta bancária do Fundo Estadual de Saúde em maio de 2020.

Chico Rodrigues disse ainda que, nos meses em que esteve afastado do cargo, foi "dominado pelo pânico e pelo medo" e que teve que recorrer a "medicamentos psiquiátricos".

"Posso ser criticado por diversos motivos, mas o que é fundamental, do ponto de vista do interesse público e da sociedade, é que não cometi nenhum ato ilícito, nenhuma ação desabonadora, nenhuma prática ilegal. É isso que me fez e me faz sentir tranquilidade no fundo de minha alma, apesar de toda a humilhação pública que enfrentei", escreveu.