PT tem de ter candidato no 1º turno em 2022, diz Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o PT precisa ter um candidato próprio nas eleições presidenciais de 2022 para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em sua tentativa de reeleição.
De acordo com Lula, os partidos de oposição precisam lançar candidaturas próprias no primeiro turno e fazer um pacto de apoiarem o candidato desse campo que for para o segundo turno.
"Objetivamente, acho que [o PT] tem de ter candidato no primeiro turno. Como você vai escolher o candidato de uma frente ampla, qual o critério?", disse durante participação no UOL Entrevista na manhã de hoje.
Para o petista, uma candidatura única no campo da esquerda seria difícil porque demandaria um consenso, uma direção nacional e até uma pesquisa prévia para identificar o nome com maior aprovação popular.
"A melhor prévia que tem é a disputa no primeiro turno. Todo mundo que puder lança candidato com o compromisso de que no segundo turno todo mundo se junte. Não pode depois um inventar de ir para Paris, outros para Suécia, para Nova York, não dá", declarou.
A fala é uma crítica direta a Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas eleições de 2018, que viajou para Paris após o primeiro turno e não apoiou Fernando Haddad (PT) contra Bolsonaro.
Como exemplo, Lula citou a atitude de Leonel Brizola (morto em 2004), que o apoiou no segundo turno contra Fernando Collor de Mello nas eleições de 1989.
"Não dá para o PT começar a discutir uma frente com veto, uma frente que só é possível desde que o candidato não seja do PT. Qual o critério para que o candidato não seja do PT?", disse.
No caso de um segundo turno com um candidato do PT, Lula disse que o partido deverá fazer o que fez em outras eleições e buscar apoio das legendas que ficaram de fora. Na possibilidade de o PT não ir para o segundo turno, o partido poderia apoiar um candidato de oposição.
"Se nessa frente tiver candidatos melhores do que o PT e forem na frente para o segundo turno, o PT apoia", declarou.
Lula se diz à disposição para 2022
Lula disse também que não precisa ser candidato nas eleições presidenciais de 2022, mas que se coloca à disposição para concorrer ao cargo que exerceu de 2003 a 2010 para "combater o bolsonarismo".
"Vai depender das circunstâncias políticas e em que momento for decidido. Vai depender do PT, das candidaturas, das alianças políticas que a gente for fazer, se vai ser necessário ou não eu ser candidato. Eu já fui presidente, não necessariamente preciso novamente ser presidente", disse.
No momento, Lula é inelegível por causa de condenações em segunda instância no âmbito da Operação Lava Jato, mas tenta reverter a situação no STF (Supremo Tribunal Federal).
Ele vê chances de Bolsonaro ser reeleito, pela força da máquina pública.
"Quem está no poder sempre será o candidato forte à sua reeleição porque o poder é uma máquina muito poderosa. Quem estiver no poder sempre deverá ser [competitivo], a não ser que seja um desastre", disse Lula.
Embora seja um desastre do ponto de vista social, econômico e político, efetivamente do ponto de vista eleitoral ele [Bolsonaro] mantém uma parcela da base mais à direita, mais raivosa. Acho que ele tem chance numa disputa de reeleição de segundo turno.
Lula, ex-presidente da República
No campo da direita, Lula disse que a única candidatura clara neste momento é a de Bolsonaro. Ele não vê prosperar a tentativa de lançar Luciano Huck como candidato ao posto.
"Não sei qual será o potencial dos tucanos nessas eleições. Acho que o Huck é uma aventura, pegar um homem de TV e colocar ele numa frigideira de uma disputa política... Se ele vai se sair bem é uma aposta que não está dada ainda. Também não sabemos se o DEM vai ter candidato, o que sabemos é que o Bolsonaro tem candidato, que é ele", afirmou.
Se não for candidato, estarei inteiro para ser cabo eleitoral.
Lula, ex-presidente da República
No começo de fevereiro, Lula lançou o nome de Fernando Haddad como eventual candidato petista para as eleições de 2022, assim como ocorreu em 2018. O ex-presidente disse que ainda há tempo para decidir.
"Ainda tem tempo para decidir [sobre candidaturas]. Achei extraordinária essa coisa do Haddad ir para rua, continuar falando, temos que debater muito a questão da universidade, dos estudantes, desemprego, fome, então acho que vamos discutir o Brasil, e depois discutimos a candidatura", disse.
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