Senado volta a regime virtual; Câmara continua com deputados em plenário
Em meio ao momento mais crítico da pandemia da covid-19 no país, o Senado voltou ao regime virtual. A Câmara, porém, continua com sessões semipresenciais e deputados em plenário.
O Brasil atingiu hoje sua maior média móvel de mortes (1.540) causadas pela covid-19 e vem registrando uma explosão de internações, com sistemas de saúde sobrecarregados, inclusive privados. Ao todo, 266,6 mil pessoas morreram e já passam de 11 milhões os contaminados pela doença no país.
Diante da escalada de casos, o Distrito Federal adotou medidas mais restritivas para a circulação de pessoas em comércios e restaurantes.
No Senado, algumas votações e sessões chegaram a ser feitas de forma semipresencial nos últimos meses. No entanto, senadores e funcionários estão com receio de uma propagação generalizada na Casa se continuarem trabalhando in loco. Por isso, o Senado voltou agora ao regime virtual, como adotado na maior parte do ano passado.
No momento, três senadores diagnosticados com a covid-19 estão internados: Major Olompio (PSL-SP), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Lasier Martins (Podemos-RS).
Dois senadores já morreram devido a complicações da doença: José Maranhão (MDB-PB), aos 87 anos, e Arolde de Oliveira (PSD-RJ), aos 83 anos.
A assessoria do Senado afirma que "não tem como praxe a divulgação de balanço de casos de covid-19 entre os seus servidores, colaboradores e parlamentares" e diz caber o controle da quantidade de casos no DF à secretaria de saúde distrital.
No entanto, o Senado informou anteriormente que haviam sido registrados 8 casos de covid-19 entre colaboradores da Casa entre 1º e 10 de fevereiro deste ano. "Desses, 4 encontravam-se em regime de teletrabalho quando foram contaminados. Os outros 4 colaboradores, sendo dois terceirizados e dois servidores comissionados, trabalharam na semana do esforço concentrado do início de fevereiro."
A Câmara, por sua vez, vai continuar os trabalhos semipresenciais adotados desde o início de fevereiro deste ano. Os deputados votam por meio de um aplicativo específico, mas podem comparecer ao plenário da Casa e circular pelo Congresso. Algumas comissões também foram retomadas com encontros híbridos.
No ano passado, quando o trabalho foi majoritariamente remoto, foram registrados 451 casos na Câmara. Somente em fevereiro deste ano, a Casa já contabilizou 105 casos de covid-19 entre deputados, servidores efetivos, comissionados e terceirizados. Em janeiro, haviam sido 58 casos confirmados no departamento médico. Ou seja, quase duplicou de um mês para outro.
O período de aumento coincide com a retomada de atividades semipresenciais. Na semana passada, a reportagem presenciou situações de aglomeração. No retorno do recesso, a Câmara viveu também uma peregrinação de prefeitos de todo o país em busca de recursos a suas cidades.
A assessoria da Câmara defende não ser possível afirmar que os casos registrados recentemente tenham sido decorrentes de infecção ocorrida dentro da Casa. A assessoria afirma ainda que tem adotado medidas mais duras, como proibir o acesso de visitantes e limitar a circulação de pessoas, além de exigir o uso de máscaras e o respeito ao distanciamento físico.
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