Oposição pede que TCU investigue Bolsonaro por contratar influenciadores
Os líderes dos partidos de oposição pediram hoje que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue o presidente Jair Bolsonaro pelo gasto de R$ 1,3 milhão com ações de marketing com influenciadores em defesa do tratamento precoce contra covid-19. Especialistas afirmam que não existe tratamento precoce para a doença.
Os partidos, representados por seus líderes, pediram que o TCU investigue todas as circunstâncias relacionadas ao pagamento. Segundo reportagem da Agência Pública, ao menos R$ 85,9 mil foram destinados ao pagamento de cachês de 19 influenciadores.
"É um absurdo que o Governo Federal siga patrocinando campanhas publicitárias que incentivam o suposto tratamento precoce, prática amplamente contestada pelo meio científico, sem nenhum tipo de comprovação acerca da sua eficácia", diz o texto.
O pedido da oposição também classifica o gasto do governo como "inadmissível". "É inadmissível que num momento em que milhares de pessoas estão morrendo pela proliferação do novo coronavírus, o Governo Federal utiliza milhões de reais para financiar publicidade com a finalidade ilegal".
O grupo pediu também que sejam aplicadas as medidas cautelares cabíveis "para a proteção dos direitos fundamentais do povo brasileiro", e ainda que sejam identificados e punidos os responsáveis pelo gasto.
O pedido foi assinado por Marcelo Freixo (PSOL), líder da minoria na Câmara, Alessandro Molon (PSB), líder da oposição na Câmara, e pelos líderes do PT, do PSB, do PDT, do PSOL, do PCdoB e da Rede Sustentabilidade, respectivamente, Bohn Gass, Danilo Cabral, Wolney Queiroz, Talíria Petrone, Renildo Calheiros e Joênia Wapichana.