Deputado e comandante da PM se agridem em posto de vacinação em PE

O deputado estadual Joel da Harpa (PP-PE) e um comandante da Polícia Militar de Pernambuco se desentenderam em um posto de vacinação contra a covid-19 na manhã de hoje. O parlamentar disse que tentou fiscalizar o início da imunização de agentes de segurança pública, mas foi impedido pelo tenente-coronel Alexandre Tavares, que comanda o 6º Batalhão da PM.

Joel da Harpa chegou ao local filmando e afirmou que iria fiscalizar possíveis denúncias. No vídeo, é possível ver o deputado sendo barrado no local. "Você vai me tirar?", questionou o parlamentar. "Vou", respondeu um dos agentes de segurança presentes no local. Em seguida, Joel da Harpa discutiu com Alexandre Tavares. Os dois trocaram empurrões, sendo contidos por outros militares.

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O deputado afirmou que pretende fazer uma representação contra o comandante na Corregedoria da PM. Já a corporação informou que Joel da Harpa tentou entrar em área restrita a quem era vacinado e também não usava máscara. Em parte da gravação, o parlamentar aparece com a proteção, mas ele argumentou que o objeto caiu ao ser empurrado e retirado do local.

O parlamentar reclamou da atitude tomada pela PM. "A gente faz um trabalho de apoio à Polícia Militar. Vamos nos batalhões e cobramos melhoria para a categoria. Inclusive, fomos nós que pedimos para que os policiais fossem incluídos nos grupos prioritários da vacina", afirmou o deputado estadual ao UOL.

Joel da Harpa argumentou que tentou gravar o processo de vacinação, que acontecia no Complexo Policial de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, mas foi impedido.

"Chegaram 400 mil doses de vacina nesta semana. Apenas três mil foram disponibilizadas para a categoria. Fui lá fiscalizar em favor deles mesmo. O comandante disse que eu não poderia filmar", disse.

Segundo ele, o registro seria uma prestação de conta para a população pernambucana. "As vacinas são de interesse público. Ali era uma ação do poder executivo. E eu sou um fiscalizador do poder executivo", ressaltou. "Me pergunto: se um militar faz isso com um deputado, o que não deve fazer com um cidadão? Vamos representar contra ele na Corregedoria da Polícia Militar por agressão física e abuso de autoridade", explicou.

Em nota, a PM disse que Joel da Harpa chegou ao complexo sem máscara e que tentou entrar em uma área onde só está permitido o acesso de quem vai receber o imunizante. "O deputado Joel da Harpa, sem utilização de máscara para prevenção à transmissão de COVID-19, tentou entrar na sala de vacinação instalada na sede do 6º Batalhão, em Prazeres, e foi impedido em respeito à normas sanitárias".

A corporação informou que liberou o acesso do deputado a algumas dependências, mas que ele descumpriu a medida. "Foi permitido seu acesso à área externa e algumas dependências do batalhão, onde pode realizar filmagens. No entanto, o parlamentar quis entrar na sala onde estava ocorrendo a vacinação dos militares contra o Covid-19, que estava com acesso permitido apenas para o pessoal que iria tomar a vacina e os técnicos responsáveis pela aplicação do referido imunizante, de modo a evitar aglomerações ou tumultos, além da exigência de equipamento de proteção individual".