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'Histórico', 'país sem lei': políticos repercutem decisão pró-Lula no STF

Com a anulação de suas condenações na Operação Lava Jato, Lula se torna ficha limpa e elegível para 2022 - Marcelo D. Sants/Framephoto/Estadão Conteúdo
Com a anulação de suas condenações na Operação Lava Jato, Lula se torna ficha limpa e elegível para 2022 Imagem: Marcelo D. Sants/Framephoto/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

15/04/2021 19h24Atualizada em 15/04/2021 21h59

Aliados e opositores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repercutiram hoje o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) que confirmou, por 8 votos a 3, a anulação de todas as condenações do ex-presidente no âmbito da Operação Lava Jato. Com a decisão, Lula se torna ficha limpa, podendo concorrer nas eleições de 2022.

O julgamento, porém, ainda não terminou. A maioria dos ministros concordou sobre a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar Lula, mas não entrou em consenso sobre o destino dos processos: Distrito Federal ou São Paulo. Esse ponto será discutido na próxima quinta-feira (22).

"STF confirma direitos de Lula! Dia histórico. Demorou, mas chegou! Ainda tem muita coisa a ser colocada no lugar, mas a incompetência de [Sergio] Moro era o passo fundamental para isso, o primeiro pedido da defesa. Obrigada a todos (as) que estiveram ao nosso lado nessa luta. Parabéns, Lula!", escreveu a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).

Gleisi também comentou a decisão em entrevista à CNN Brasil. "A decisão de hoje rompeu o pecado original, o vício original do processo", disse. Ela falou ainda que Lula "pagou por algo que não tinha que pagar". A deputada contou que falou com o ex-presidente pelo telefone e que ele está "de alma lavada" e "com a consciência muito tranquila".

Já o deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP) publicou uma série de tuítes críticos ao resultado da votação, acusando os ministros do STF de estarem "contra" o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e alinhados a partidos como o PSDB e o próprio PT. "A partir de hoje, somos oficialmente um país sem lei!", disse.

O procurador da República Deltan Dallagnol, que atuou na força-tarefa da Operação Lava Jato e denunciou Lula, também fez uma série de tuítes comentando a decisão do STF. Para ele, a decisão de hoje "expõe uma face de um sistema de justiça criminal disfuncional".

Ele criticou o argumento de que os casos deveriam ter tramitado em Brasília, afirmando que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) havia autorizado o julgamento em Curitiba.

Dallagnol afirmou ainda que as anulações aumentam o risco de prescrição, o que, em sua opinião, resultaria em impunidade. "O campo da disputa processual é desnivelado em favor daqueles acusados de cometer crimes, especialmente complexos", escreveu.

Confira mais comentários sobre a decisão pró-Lula no STF:

Humberto Costa (PT-SE), senador e ex-ministro da Saúde

"Com a decisão de hoje, o STF restaura a elegibilidade de Lula. Mas é preciso que o pleno da Suprema Corte reconheça, também, que Sergio Moro é um fora da lei, alguém que envergonhou a magistratura para perseguir politicamente um cidadão inocente. É uma questão de justiça."

Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada federal

"STF fez o previsível. Lula tá de volta ao jogo. Para interromper o caos no país, precisamos e teremos uma terceira via. Nem Lula, nem Bolsonaro, nunca mais!"

Carlos Zarattini (PT-SP), deputado federal

"Dia histórico no Brasil: STF faz justiça e coloca fim em parte de uma perseguição criminosa contra Lula. Agora, ele pode, finalmente, disputar a eleição e acabar com o teor que vivemos."

Carla Zambelli (PSL-SP), deputada federal

"Por mais de cinco anos o STF manteve os processos do ex-presidiário em Curitiba. Hoje, por 8 votos a 3, o STF ou tomou uma decisão completamente errada, ou decidiu que vinha errando feio há cinco anos. E depois a culpa do descrédito da Corte é de quem sobe tag no Twitter..."

Finalmente a armação em Curitiba foi desfeita. Esperamos que finalmente Lula tenha direito a um julgamento correto. Devolver os direitos políticos ao presidente não era apenas uma questão de dignidade após ficar 580 dias preso injustamente. É a correção de um dos maiores circos já armados na história. É finalmente devolver a ele a liberdade para voltar a presidir este país. Paulo Rocha (PA), líder do PT no Senado, em nota à imprensa

Jandira Feghali (PCdoB-RJ), deputada federal

"STF confirma o que denunciávamos: a incompetência de Curitiba para julgar Lula e a parcialidade ilegal de Moro naquele esquema promíscuo na Lava Jato. Lula recupera os direitos, ao mesmo tempo que se reafirma a violação do processo eleitoral de 2018. Vitória da democracia, de Lula, do povo."

Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB

"Até Gilmar Mendes falou pouco para defender a anulação das sentenças de Lula. Puro jogo de cartas marcadas."

Rodrigo de Castro (MG), deputado federal e líder do PSDB na Câmara

"A decisão do STF reforça a necessidade dos partidos de centro, entre eles o PSDB, construírem uma candidatura viável para que o eleitor possa optar por uma via diferente dos extremos radicais, que pacifique o país e que valorize o diálogo na construção de um Brasil melhor."

Marcelo Freixo (PSOL-RJ), deputado federal

"A decisão do STF sobre Lula é mais do que a correção de uma injustiça. É uma vitória da Democracia e do Estado de Direito que tem que ser comemorada por todos nós que defendemos as conquistas da Constituição de 88 contra as ameaças do autoritarismo."

Kim Kataguiri (DEM-SP), deputado federal

"Dia triste para o combate à corrupção no Brasil! A anulação das condenações do ex-presidente Lula, e sua consequente elegibilidade, é um escárnio, um tapa na cara de todo brasileiro que sonhava com um Brasil mais sério."