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Lira diz que não vê razão em 95% dos pedidos de impeachment de Bolsonaro

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista na manhã de hoje - Reprodução/YouTube/Jovem Pan
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista na manhã de hoje Imagem: Reprodução/YouTube/Jovem Pan

Do UOL, em São Paulo

26/04/2021 12h21Atualizada em 26/04/2021 12h56

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse hoje que 95% dos pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ele teve acesso "não tem absolutamente nenhuma razão para ter sido apresentado". Tido como aliado, Lira foi eleito na Câmara com o apoio do presidente em fevereiro deste ano.

Cabe ao presidente da Câmara, de acordo com a constituição, oportunidade e conveniência para a apreciação desses casos [pedidos de impeachment]. 90%, 95% dos que eu já vi não tem absolutamente nenhuma razão de ter sido apresentado, a não ser o fato político que queira se gerar"
Arthur Lira, presidente da Câmara, ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan

Lira explicou que, apesar do número de pedidos de impeachment, o tema não será pautado neste momento na Câmara em razão da pandemia da covid-19.

"Então, neste momento, não é conveniente tratar de um assunto desta gravidade, com este tamanho. Qualquer pedido de impeachment precisa ser oportunizado", declarou, complementando que o número de pedidos é "normal" pois o Brasil é um país democrático.

O parlamentar ainda explicou que o seu antecessor à frente da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu mais de 66 pedidos de impeachment durante o seu mandato de cinco anos, mas não teve uma pressão para avaliar o caso rapidamente como está acontecendo com ele.

"O ex-presidente Rodrigo Maia passou cinco anos na presidência [da Câmara], sendo dois anos de governo Bolsonaro, com mais de 66 pedidos de impeachment e não teve sequer um momento de pressão para avaliação deste quadro."

Para Lira, se houve erros na gestão da pandemia da covid-19, os culpados por isso serão responsabilizados no momento "adequado".

Mais uma vez eu digo, quem cometeu erros, dolo, falta de boa gestão dos recursos públicos com relação à covid-19 estará necessariamente responsabilizado no tempo adequado. Então, de uma forma responsável, nós analisaremos esses pedidos e nos pronunciaremos enquanto presidente da Câmara e poder legislativo. Mas eu considero lícito, absolutamente normal, democrático que qualquer entidade ou grupo politico se mobilize para pressionar o presidente da câmara neste momento"

CPI da Covid é 'perda de tempo'

Lira ainda opinou que, para ele, é "perda de tempo" instalar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid já que o "congresso não é delegacia de polícia". A CPI da Covid investigará a conduta do governo federal na pandemia e o repasse de verbas para estados e municípios. Ela será instalada oficialmente amanhã, quando haverá eleição para presidente da comissão.

"Na minha opinião, é perda de tempo se instalar uma CPI porque o congresso não é delegacia de polícia neste momento. É a casa de leis e nós precisamos produzir leis que facilitem a vida do cidadão, que cuide do emprego, que gere renda e que dê uma perspectiva melhor para a administração pública como a reforma tributaria."

O presidente da Câmara comentou que não sabe como será realizado todo o procedimento da CPI a fim de cumprir as medidas sanitárias em razão da pandemia e crê que "neste momento, em nada a CPI vai contribuir para a diminuição de mortes ou aumento de vacinas, que é o que nós precisamos".

O parlamentar ainda declarou que na tarde de hoje irá procurar o ministro da Economia, Paulo Guedes, pessoalmente para tratar sobre o início das discussões acerca da Reforma Tributária, que será acompanhada e coordenada por Lira e outros líderes da Câmara.