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Renan Calheiros apresenta Plano de Trabalho da CPI da Covid

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid - Adriano Machado/Reuters
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid Imagem: Adriano Machado/Reuters

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

29/04/2021 18h50

Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão de inquérito, anunciaram mudanças no Plano de Trabalho aprovado nesta quinta-feirra (29). Os dois tiveram reuniões ao longo da tarde para discutir as alterações.

Segundo o senador alagoano, o Plano de Trabalho não vai ser submetido à apreciação do colegiado, já que seria apenas um "roteiro", que também chegou a ser construído com membros do governo.

O documento apresentado pelo relator lista as medidas defendidas pela comissão e que devem ser vistoriadas pela CPI. Entre as "ações de enfrentamento à pandemia" defendidas estão o isolamento social, a aquisição e distribuição de vacinas, "aquisição e distribuição de respiradores", entre outros.

"Este Plano de Trabalho não pretende apontar aonde chegaremos com a apuração. Ele é um ponto de partida, uma linha inicial de investigação, que, naturalmente, será incrementada e enriquecida pelos depoimentos, perícias, estudos e documentos oficiais que serão reunidos ao longo do trabalho dessa CPI", diz o documento.

O texto apresentado pelo emedebista também afirma que "os danos causados à população", são bem mais graves do que os informados no requerimento de criação da CPI. A documentação ressalta que o Brasil já se aproxima dos 400 mil mortos pela Covid-19.

"A investigação ganha mais relevância quando se considera o atual estágio da pandemia e as nefastas consequências por ela deixadas", escreve.

Sobre o plano, o vice-presidente explicou que o roteiro não irá "limitar a investigação", já que a investigação poderá mudar ao longo dos trabalhos e dos depoimentos de testemunhas e investigados na comissão.

Interferência do Planalto

Questionado sobre a denúncia de que requerimentos de informação chegaram a ser elaborados dentro do Palácio do Planalto, Randolfe Rodrigues enfatizou que "nenhuma interferência será aceita".

"Algo que não permitiremos é que essa CPI sofra interferência externa", afirmou.

Relembre

Na manhã de hoje, a Comissão de Inquérito aprovou em bloco mais de 300 requerimentos de informações e a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e dos ex-ministros da pasta, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello. Também foi convocado o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres.

Os parlamentares do colegiado, em especial ligados ao governo, reclamaram do Plano de Trabalho consolidado na reunião desta quarta-feira (28), que aconteceu na casa do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

Após a coletiva de imprensa, quando o senador Renan foi perguntado se o Plano de Trabalho recebeu a contribuição de governistas, o parlamentar brincou. "Contribuição teve, eles divulgaram as 23 medidas. Eu disse à minha equipe: não esqueçam das 23 medidas".

Com as alterações, o Plano de Trabalho da CPI deve ser aprovado na próxima terça-feira (04), quando os membros do colegiado voltarão a se reunir.