"Discurso vai mudando", diz Barroso após Bolsonaro defender auditar votos

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, demonstrou hoje preocupação após movimentos de políticos, como o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a favor da criação do voto auditável. Segundo ele, o lançamento do novo sistema poderia levar à judicialização do resultado das eleições.
"O se verificou é o que o discurso dos políticos foi mudando. Primeiro queriam cédulas, depois queriam voto impresso e, agora, querem voto auditável. Eu acho, sim, que o voto impresso vai criar um risco imenso de judicialização do resultado das eleições", disse Barroso, em entrevista à GloboNews.
Mais cedo, Bolsonaro já havia pedido a aprovação do voto auditável durante solenidade no Palácio do Planalto.
"Nós queremos, o povo quer, o voto auditável. Qual o problema nisso? Aqueles que acreditam que não há fraude, por que ser contra? Agora se vocês promulgarem o voto auditável, ele será executado por ocasião das eleições do ano que vem. Repito, será posto em prática. Ninguém vai contestar em lugar nenhum, a constitucionalidade de uma ação por parte dos senhores parlamentares nessa questão."
Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou ontem a criação de uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria o voto auditável.
A decisão se deu por meio de Ato da Presidência da Câmara, lido por Lira logo após o encerramento da sessão plenária desta terça-feira, 4. O colegiado terá 34 membros titulares e o mesmo número de suplentes. A PEC 135/2019 é de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) e determina a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos.
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