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Senador pede à CPI quebra de sigilos bancário e telefônico de Wajngarten

12.mai.2021 - À mesa na CPI ds Covid, o ex-secretário de Comunicação Social da presidência, Fabio Wajngarten - Jefferson Rudy/Agência Senado
12.mai.2021 - À mesa na CPI ds Covid, o ex-secretário de Comunicação Social da presidência, Fabio Wajngarten Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

12/05/2021 18h39Atualizada em 12/05/2021 22h13

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu hoje à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações Fabio Wajngarten. Ele presta depoimento à CPI da Covid, que investiga ações e eventuais omissões do governo federal em meio à pandemia.

No documento, ao qual o UOL teve acesso, o senador solicita a quebra de sigilos de Wajngarten entre janeiro de 2019 e maio de 2021. O requerimento já foi protocolado, mas ainda precisa ser votado e aprovado pela comissão.

"É fato indiscutível o envolvimento do sr. Fabio Wajngarten com os eventos aqui investigados, mas as dúvidas que remanescem são enormes, imensas, de modo que somente a transferência para esta Comissão das informações de que trata este requerimento pode contribuir para cumprirmos o nosso dever de elucidar, de forma clara e transparente, perante a sociedade brasileira, esta página infeliz de nossa história", argumenta o parlamentar. "A quebra de todos os sigilos informados se presta a esclarecer diversas dubiedades na conduta do ora investigado", conclui.

Os senadores apuram supostas "falhas" cometidas por Fabio Wajngarten nas campanhas de comunicação, "que não teriam informado corretamente a população sobre a importância de medidas para evitar a propagação da pandemia, contratação de influenciadores para difundir a hidroxicloroquina e, mais recentemente, seu papel na negociação para a compra de vacinas da Pfizer".

No requerimento, Vieira enumera pelo menos sete questões que ainda precisam ser esclarecidas, como:

  • Declaração, em recente entrevista à revista Veja, de que tomou parte nas negociações com a empresa farmacêutica norte-americana Pfizer quanto ao processo de aquisição de vacinas, episódio em que se demonstrou a incompetência, o despreparo e a desqualificação do Ministério da Saúde, além do descaso com a saúde pública
  • Potencial lobby em favor da farmacêutica Pfizer
  • Protagonismo na omissão dados de óbitos e casos de covid
  • Participação na elaboração da campanha " O Brasil não pode parar"
  • Participação na elaboração da campanha "Cuidados Precoces Covid-19"
  • Conflito de interesses nas empresas de que é sócio
  • Repasse de verbas de publicidade dissociado de razões técnicas

Em nota divulgada à imprensa após a audiência, a defesa de Wajngarten afirma que ele "jamais faltou com a verdade e nem teve a intenção de fazê-lo".

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.