"Vejo bajuladores sabujos de Bolsonaro. Não posso me calar", diz Kátia
Crítica à atuação de Bolsonaro em meio à pandemia do coronavírus, a senadora Kátia Abreu (Progressistas-TO) disse hoje enxergar "uma horda de bajuladores sabujos" em seu governo e que querem "ser mais" do que o próprio presidente, durante entrevista ao UOL News, programa diário transmitido pelo UOL.
"Eu vejo uma horda de bajuladores sabujos que me enojam. Pessoas que, na verdade, querem ficar bem com o presidente. Eu não quero ficar mal com o presidente. Eu quero viver bem com o presidente eleito do meu país. Agora, não posso me calar e bajulá-lo. Seria mais fácil e cômodo para mim eu dizer 'amém' para ter todas as benesses que pudessem vir por trás disso. Mas eu não quero isso. Quero ser uma pessoa legítima", disse a parlamentar.
"Eu vejo dois grupos distintos no governo Bolsonaro: nós temos os ministros 'bolsominions', bajuladores, sabujos, que querem ser mais intransigentes do que ele [Bolsonaro], mais radicais, uma ala que o orienta 'pessimamente mal'. Veja, eu não quero santificar o Bolsonaro. E tem outro grupo de ministros mais técnicos, que têm convencido o Congresso nas votações. Então, que dois mundos são esses?", questionou ela, sem citar nomes.
Questionada pelos jornalistas do UOL, a senadora também fez o balanço de um mês de trabalhos realizados pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga ações e omissões do governo federal durante enfrentamento da pandemia de covid-19. Ao todo, o Brasil já acumula 456.753 óbitos pela doença desde o início da pandemia, segundo levantamento realizado pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.
"Eu diria que o mais grave [desta CPI] foi atestado em depoimentos de representantes da Pfizer e do Butantan. Eu fiquei muito chocada, desanimada, triste, por saber quantas oportunidades que tivemos de comprar vacina e essas oportunidades foram desperdiçadas", ressaltou ela.
A senadora referia-se aos depoimentos de Carlos Murillo, gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, e de Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, feitos à comissão. Ambos confirmaram —inclusive com documentos— as várias tentativas de negociação para aquisição de vacinas desde o ano passado com o governo de Bolsonaro.
Ao menos 95 mil vidas poderiam ter sido salvas se Jair Bolsonaro tivesse comprado as doses de vacinas quando elas foram oferecidas ao governo, segundo cálculos conservadores do epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS), ouvido pela reportagem da BBC News. Ou seja, os números podem ser maiores, mas essas doses de vacinas poderiam evitar no mínimo 1 em cada 5 mortes.
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