Flávio Bolsonaro vê Lula e Bolsonaro no 2º turno e descarta 3ª via em 2022
O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) avalia que a chance de um candidato de terceira via ser competitivo na eleição de 2022 é "praticamente zero". O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje acreditar que o pai enfrentará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —hoje líder nas pesquisas— no segundo turno.
Flávio Bolsonaro deu uma rara entrevista coletiva na saída de um almoço com membros da Asserj (Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro), do qual o presidente Jair Bolsonaro também participou. O evento aconteceu no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e contou com a participação de cerca de cem empresários, além do governador Claudio Castro (PSC) —que deve ter o apoio do clã presidencial na tentativa de reeleição.
Segundo Flávio, tanto o pai quanto Lula possuem um eleitorado fiel que deve lhes garantir uma vaga no segundo turno em 2022.
"Chance praticamente zero [de um candidato de terceira via ir ao segundo turno]. Os dois que estão aí se colocando, Bolsonaro e Lula, têm um público muito fidelizado. E em quantidade suficiente para colocar os dois no segundo turno. Então não acredito que exista uma terceira via que vá promover todo esse interesse em uma parcela maior de eleitores do que os dois possuem hoje em dia", avaliou.
Ainda segundo o senador, que exerce um papel de articulação política dentro da família, a expectativa é positiva, mesmo com Bolsonaro enfrentando seu pior momento em termos de aprovação.
"A tendência é que o presidente Bolsonaro vá aumentando sua gama de aceitação dos eleitores à medida em que a economia vá melhorando, que a vacina vá sendo aplicada nos braços dos brasileiros e que os programas sociais do governo vão atingindo mais pessoas", completou.
Bolsonaro decidirá novo partido nos próximos dias
Flávio revelou ainda que o presidente teve uma reunião com parlamentares ontem (16) e indicou que deve decidir o partido pelo qual disputará a eleição de 2022 nos próximos dias.
Segundo ele, a tendência é de que a legenda escolhida seja mesmo o nanico Patriota —com o qual Bolsonaro flertou durante a pré-campanha de 2018. Para o acerto, diz Flávio, faltam apenas "divergências fáceis de serem resolvidas".
"Houve uma reunião ontem com aproximadamente 35 deputados federais no Palácio do Alvorada, onde foi tratado esse assunto. Há conversas, sim, avançadas com o Patriota. O presidente pediu mais alguns dias para pensar, eu fui para o Patriota justamente para sentir como está a temperatura lá dentro. E pelo que estou observando, pequenas divergências fáceis de serem resolvidas vão dar o ambiente de tranquilidade e confiança que o presidente precisa para ir para o Patriota", disse o senador.
Questionado sobre a falta de tempo de TV e fundo partidário no Patriota, Flávio Bolsonaro minimizou o problema. Segundo ele, essa já foi a realidade enfrentada por Jair Bolsonaro em 2018 ao se filiar ao PSL e, desta vez, ele contará com uma aliança que lhe garantirá musculatura.
"Partidos aliados com quem eu tenho conversado, como o PP, o PL, o Republicanos, o próprio PSL e o PTB. Todos manifestam a vontade de estar junto com o presidente Bolsonaro porque confiam nele, confiam no trabalho dele e acreditam que ele vai estar muito bem avaliado no ano que vem", completou.
*Herculano Barreto Filho e Igor Mello, do UOL, no Rio
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