Deputado: Se governador fosse indiciado em CPI no AM, Aziz também seria
Em depoimento à CPI da Covid, o deputado estadual do Amazonas Fausto Junior (MDB) declarou que, caso o governador do estado Wilson Lima (PSC) fosse investigado pela CPI realizada pelo Legislativo local, o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid no Senado, também deveria ser.
A declaração ocorreu em tom de provocação, depois que Aziz questionou a razão pela qual Lima não foi investigado durante os trabalhos da CPI da Saúde, na Assembleia Legislativa do AM. A fala deixou o senador visivelmente irritado.
Aziz: Quem faz o processo indenizatório não é o governador do estado, são as secretarias.
Fausto: Foi por isso que Vossa Excelência não foi indiciado.
Aziz: Não fui porque não tenho culpa, primeiramente.
Fausto: Nem o governador Wilson Lima
O deputado comparece à comissão do Senado na condição de testemunha. Junior atuou como relator da CPI amazonense, realizada no ano passado para investigar indícios de corrupção no estado durante a pandemia. Ao fim da apuração, o governador não foi responsabilizado.
O requerimento que convocou Fausto Junior a depor na CPI da Covid é de autoria do senador Marcos Rogério (DEM-RO) — que faz parte da base governista —, e foi aprovado no dia 16 de junho.
Segundo o pedido de convocação do deputado amazonense, a comissão instalada na Assembleia Legislativa teria provas e elementos relevantes que mostram que autoridades, servidores e representantes de empresas privadas desviaram, de forma conjunta, dinheiro público e praticaram atos de corrupção.
Escândalo dos ventiladores pulmonares
O foco da CPI da Covid instalada no Amazonas teve como objetivo investigar o chamado escândalo dos ventiladores pulmonares.
O UOL mostrou que o governo do estado pagou R$ 2,9 milhões para uma loja de vinhos na compra de 28 ventiladores pulmonares para tratar pacientes diagnosticados com o coronavírus.
O valor unitário dos equipamentos essenciais para manter diagnosticados com covid respirando equivalia a até quatro vezes o preço do aparelho visto em lojas no Brasil e no exterior.
Os equipamentos também foram considerados "inadequados" para pacientes de covid-19, segundo o Cremam (Conselho Regional de Medicina do Amazonas).
Governo do AM negava crise
Junior também declarou hoje considerar que o governo local negava, no começo do ano, a gravidade do avanço da pandemia na região.
O Amazonas sofreu graves consequências nos primeiros meses de 2021 devido ao agravamento da covid-19 no país. A rede de saúde entrou em colapso e pessoas morreram nas filas de hospitais e unidades de saúde, sem acesso a oxigênio.
Ao ser questionado pelo relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), a respeito da revogação de um decreto que aplicava medidas de restrição para evitar o avanço do número de casos do coronavírus, o depoente respondeu que o Legislativo não foi consultado.
O Legislativo não foi consultado. Essa foi uma decisão estritamente do governo do estado. É importante frisar que havia uma negação da urgência dos casos da pandemia naquele momento e o povo foi pego de surpresa. Isso que motivou a irritação das pessoas
Fausto Junior
* Com a colaboração de Gabriel Toueg
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