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Kassab critica ideia de voto impresso: 'Convite para o tumulto'

Kassab também comentou possível impeachment de Bolsonaro, defendendo que não é possível "banalizar" processo - Marcus Leoni/Folhapress
Kassab também comentou possível impeachment de Bolsonaro, defendendo que não é possível "banalizar" processo Imagem: Marcus Leoni/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

04/07/2021 19h45Atualizada em 04/07/2021 20h09

O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tenta implementar voto impresso para as eleições de 2022, que será analisada amanhã pela Comissão Especial criada na Câmara dos Deputados.

Em entrevista à CNN Brasil, o atual presidente nacional do PSD elogiou o atual sistema do pleito, com o uso de urnas eletrônicas, e afirmou que uma mudança é um "convite para o tumulto", se dizendo "preocupado" com a votação sobre a alteração, que pode acontecer ainda nessa semana.

"Eu, pessoalmente, e 503 parlamentares que irão votar, tenho muita preocupação com essa questão do voto impresso, porque é muito dificil você ter precisão no que você conta na caixa, portanto, duplicidade na apuração é um convite para o tumulto, para o questionamento da apuração, e nós não temos problema hoje, tanto que todas as denuncias são averiguadas e no fim não existia problema. Então me preocupa", afirmou.

Kassab também considerou "preocupante" que Jair Bolsonaro (sem partido) questione a autenticidade do voto eletrônico, exaltando a segurança das urnas.

"É muito preocupante o presidente da República fazer esse questionamento, sabendo que as urnas são auditáveis e a auditoria é realizada, e a somatória da votação é urna por urna, sala por sala, escola por escola, eu pude acompanhar como ministro as empresas, as melhores do mundo, sejam as brasileiras ou as de outro país, que vieram aqui a convite e nunca foi encontrado nenhuma situação que pudesse mostrar uma irregularidade. O sistema é seguro. Aqueles que estão com demagogia, com má-fé, eles falam de tal maneira que alguns dos integrantes da sociedade civil começam a questionar se há fraude mesmo, então o discurso pode pegar e a nossa postura é de alerta", completou o ex-prefeito, declarando que "as instituições estão funcionando".

Ele ainda comentou o "superpedido" de impeachment contra Bolsonaro, articulado pela oposição, argumentando que apesar dos problemas do governo é importante "não banalizar" o processo.

"Espaço tem (para um impeachment), à medida que novas informações vem ao conhecimento do publico dos parlamentares, você tem mais dados pra analisar um possível impeachment, acredito que hoje, no dia de hoje, não existe provas, e a gente não pode também banalizar impeachment, mas é inegável que nos últimos dias tem aparecido novos problemas para o governo e eles podem gerar um impacto muito ruim, e podem ser que as próximas reuniões tragam testemunhas com fatos", concluiu.