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'Não defendo o impeachment de ninguém', diz Omar Aziz sobre Bolsonaro

Colaboração para o UOL

19/07/2021 09h08

Em conversa com o UOL News sobre as novas investigações da CPI da Covid, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse não ser a favor do impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido). Os dois são publicamente opositores políticos.

"Nesse momento, eu não defendo o impeachment de ninguém. Em 40 dias posso te responder", falou. "Não depende da CPI. Precisamos de um relatório e encaminhar para o presidente da Câmara. Não se pode passar por cima de tudo que aconteceu no Brasil, foram mais de 500 mil mortes, fora quem ficou com sequelas", completou.

No entanto, o senador fez duras críticas à gestão do presidente da República, especialmente durante a pandemia. "O pior é não ter comprado vacina mais barata", lamentou.

No dia 4 de novembro, a Precisa fez reunião para vender a Covaxin. Nessa data, o Brasil já tinha recebido várias propostas da Pfizer, desde agosto, a US$ 10 a vacina. E não se reuniu. Mas a Covaxin, a US$ 15, ele se reuniu.
Omar Aziz

O presidente da CPI da Covid acusou Bolsonaro de querer implementar a imunidade de rebanho, deixando o coronavírus circular pelo país para atingir o maior número de pessoas possível. Segundo o senador, isso foi uma tentativa de preservar a economia.

Outra crítica de Aziz foi a indicação de usos de remédios ineficazes ou inconclusivos para tratar o vírus. "Quem mais propagou a medicação no Brasil? Até para ele, ele receitou a cloroquina. Não é uma coisa escondida", disse sem falar o nome de Bolsonaro.

Vaga no STF

Omar Aziz comentou também sobre a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), que está em aberto com a aposentadoria do então decano Marco Aurélio Mello. Como presidente, Jair Bolsonaro pode indicar um nome a ser considerado para a posição.

Ao contrariar os aliados com sua primeira lista de candidatos, o presidente decidiu que escolheria alguém "terrivelmente evangélico" e confirmou que indicará o advogado-geral André Mendonça. Aziz disse que se a votação fosse hoje, ele não endossaria Mendonça.

"Essa questão de ser indicado pelo presidente sem dizer o que vai defender é muito pouco para votar nele", falou "Ele precisa se explicar. Após a sabatina, pode mudar minha opinião. Conversei com ele por segundos no telefone, desejei boa sorte e só isso", explicou o senador.

Aziz garantiu que as desavenças com Bolsonaro não impactam como ele vai considerar a candidatura do advogado-geral.