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Randolfe aciona STF com queixa-crime contra Bolsonaro por difamação

Do UOL, em São Paulo

20/07/2021 16h50Atualizada em 20/07/2021 19h40

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), entrou com uma queixa-crime por difamação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após uma publicação do chefe do Executivo nas redes sociais ontem, que acusava o vice-presidente da CPI da Covid de querer comprar a vacina Covaxin "sem licitação e sem a certificação da Anvisa".

No texto, a defesa do parlamentar diz que é "notória a tentativa recente do Sr. Presidente da República de desviar o foco da CPI da Pandemia - da qual o ora Querelante [Randolfe] é Vice-presidente-, ofendendo a reputação de seus integrantes. Com efeito, o próprio Querelante vem sofrendo inúmeros ataques ilegais recentes - inclusive com a utilização de termos homofóbicos".

A pena prevista no Código Penal para difamação, que é um atentado contra a reputação de alguém, é de três meses a um ano de detenção, além de multa.

O parlamentar comentou sobre a queixa-crime nas redes sociais. "Acabo de apresentar queixa-crime contra Bolsonaro por difamação, em razão de tentativa de ferir minha reputação mentindo sobre meu alegado envolvimento nos esquemas da Covaxin. Essa covardia de Fake News precisa ACABAR!", escreveu.

Randolfe já havia respondido o post do presidente nas redes sociais, dizendo que, enquanto Bolsonaro queria "propina", ele queria "vacinas".

É lógico que eu queria vacina o mais rápido possível. Salvar vidas, pra gente, não é brincadeira e não é algo que se negocie com intermediários. Queria a Janssen, a Covaxin, a AstraZeneca, a CoronaVac, a Pfizer... Nossa diferença é grande: eu queria vacina! Vocês queriam propina!
Randolfe Rodrigues, senador pela Rede-AM e vice-presidente da CPI da Covid

Bolsonaro compartilhou um vídeo em que Randolfe aparece defendendo a autorização de uso emergencial das vacinas Sputnik V e Covaxin pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As duas vacinas tinham autorizações de uso em outros países, mas na altura, o Brasil ainda não havia autorizado.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.